EUA prendem supremacistas ligados a tumulto em Charlotesville
Eles são acusados de ter conexão com os atos de violência realizados na Universidade da Virgínia, que causaram a morte da ativista Heather Heyer
Internacional|Eugenio Goussinsky, do R7
Um ano após o mortal comício "Unir a Direita", mais quatro homens foram presos nesta terça-feira (2), acusados de terem conexão com os atos de violência realizados na Universidade da Virgínia, em Charlottesville, em agosto de 2017, segundo informou a Reuters.
A prisão dos quatro ocorreu na Califórnia e, segundo afirmou o procurador Thomas Cullen em coletiva, eles seriam transportados para Charlottesville depois de comparecerem aos tribunais federais californianos nesta terça.
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O site ProPublica, que já havia apontado a participação de três deles, afirma que eles seriam mebros do RAM (Rise Above Movement), um grupo supremacista branco sediado no sul da Califórnia.
De cunho nazista, seus membros dizem que lutam contra um “mundo moderno” corrompido pelas “influências culturais destrutivas.”
Departamento de Justiça: acusados queriam incitar motim
Para autoridades do Departamento de Justiça dos EUA, os acusados viajaram da Califórnia com a intenção de incitar um motim e promover a violência durante a manifestação ocorrida em 11 de agosto, na universidade.
A manifestação foi em protesto contra a retirada de uma estátua do general confederado Robert F. Lee, principal comandante do exército dos estados do Sul dos EUA, que lutava pela manutenção da escravidão na Guerra de Secessão do século 19.
No dia seguinte, outra manifestação, de grupos em favor dos direitos humanos e antifascistas, terminou em um grande conflito.
Condenado por atropelar ativista
Nesta segunda manifestação, James Alex Fields Jr. foi preso após atropelar uma multidão que protestava contra os grupos supremacistas, matando a ativista Heather Heyer, de 32 anos, e ferindo 19 pessoas.
Em junho de 2018, promotores impetraram 30 acusações de crime de ódio contra ele. Em dezembro último, Fields Jr. já havia sido acusado de homicídio e agressão em primeiro grau.
A Fields se somam os quatro presos nesta terça-feira. Cada um deles pode pegar 10 anos de prisão se for considerado culpado. A expectativa, segundo Cullen, é de que um julgamento possa começar logo após o final do ano.
No caso dos quatro presos, eles podem ser enquadrados em uma lei federal sobre tumultos, em vez de serem processados por crimes de ódio apesar de que outras acusações, segundo Cullen, podem ser incluídas.
Veja como foram as manifestações de grupos antirracistas e antifascistas um ano após Charlottesville: