EUA rejeitam transferir aviões de combate poloneses à Ucrânia
Inteligência americana acredita que ação poderia culminar em um envolvimento futuro da Otan no confronto europeu
Internacional|Do R7
Os Estados Unidos rejeitaram definitivamente a proposta da Polônia de entregar aeronaves MIG-29 aos militares americanos para que fossem repassadas à Ucrânia, anunciou o Pentágono nesta quarta-feira (9).
Os serviços de inteligência acreditam que a transferência de aeronaves MIG-29 para a Ucrânia "poderia levar a uma reação russa significativa que aumentaria a perspectiva de uma escalada militar com a Otan [Organização do Tratado do Atlântico Norte]", declarou o porta-voz do Pentágono, John Kirby, em entrevista coletiva.
A questão da transferência dos aviões, que deixou o governo ucraniano ansioso por uma resolução para tentar conter a agressão russa pelo ar, provou ser um revés notável na união entre os Estados Unidos e seus aliados europeus em relação à invasão perpetrada por Moscou.
O secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, conversou com o ministro da Defesa polonês, Mariusz Blaszczak, nesta quarta-feira e agradeceu a disposição de Varsóvia em cooperar nos esforços para apoiar a Ucrânia, segundo Kirby.
"Mas ele ressaltou que não apoiamos a transferência de aeronaves de combate para a Força Aérea ucraniana neste momento, então também não desejamos vê-los sob nossa custódia", disse Kirby.
Varsóvia expressou apoio a um plano no qual a Polônia enviaria seus caças MIG-29 da era soviética para Kiev por meio de uma base aérea americana na Alemanha. No passo seguinte sugerido, os EUA complementariam a frota polonesa com caças F-16.
"Isso é algo que não vamos explorar neste momento", afirmou Kirby, acrescentando que adicionar aeronaves à frota de combate da Ucrânia "não mudaria significativamente a eficácia" da Força Aérea ucraniana contra a capacidade russa.
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"Portanto, consideramos o ganho de transferir esses MIG-29 baixo."
Nesta quarta-feira, tropas russas chegaram perto de Kiev, às vésperas da primeira reunião de negociação de alto nível entre os dois países desde a invasão da Ucrânia, em 24 de fevereiro.
De acordo com o Ancur (Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados), Filippo Grandi, entre "2,1 milhões e 2,2 milhões" de ucranianos fugiram de seu país desde o início da invasão.