EUA: Relatório sobre mudanças climáticas contradiz Trump

Estudo foi encomendado pelo Congresso americano e listou estimativas dos impactos do aquecimento global em todos os setores

23/11/2018 - 20h21 (Atualizado em 20/04/2024 - 15h14)

As mudanças climáticas custarão à economia dos Estados Unidos centenas de bilhões de dólares até o final do século, prejudicando tudo desde a saúde humana até infraestrutura e produção agrícola, segundo um relatório do governo norte-americano publicado nesta sexta-feira.

O relatório encomendado pelo Congresso, redigido com a ajuda de mais de uma dúzia de agências governamentais e Departamentos dos Estados Unidos, listou estimativas dos impactos do aquecimento global em todos os setores da sociedade norte-americana, num aviso alarmante sobre a agenda pró-combustíveis fósseis do governo Trump.

"Com o crescimento contínuo das emissões a taxas histórias, as perdas anuais em alguns setores econômicos podem chegar às centenas de bilhões de dólares até o final do século - mais que o atual produto interno bruto (PIB) de alguns estados norte-americanos", diz o relatório.

Como o aquecimento global pode levar à falta de cerveja no mundo

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Segundo o documento, o aquecimento global afetaria desproporcionalmente os pobres, atingiria amplamente a saúde humana, danificaria a infraestrutura existente, limitaria a disponibilidade de água, alteraria limites costeiros e aumentaria os custos industriais tanto no campo quanto na produção de energia.

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Embora o relatório diga que muitos dos impactos das mudanças climáticas - incluindo tempestades mais frequentes e mais poderosas, secas e inundações - já estão acontecendo, as projeções de danos ainda maiores poderiam mudar se as emissões de gases do efeito estufa fossem drasticamente contidas: "Os riscos futuros das mudanças climáticas dependem principalmente das decisões que são tomadas hoje", diz.

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A Quarta Avaliação Nacional Climática Volume II, complementa um estudo publicado no ano passado que concluía que os seres humanos são os principais causadores do aquecimento global, e que alertava sobre seus efeitos potencialmente catastróficos ao planeta.

Os estudos confrontam as políticas do governo do atual presidente, Donald Trump, que tem reduzido proteções ambientais e climáticas implementadas durante o governo Obama para maximizar a produção doméstica de combustíveis fósseis, incluindo petróleo cru. Os Estados Unidos são os maiores produtores mundiais da commodity, acima da Rússia e da Arábia Saudita.

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Trump anunciou no ano passado suas intenções de retirar os Estados Unidos do Acordo de Paris de 2015, estabelecido entre 200 países para combater as mudanças climáticas, argumentando que o tratado afetaria a economia dos Estados Unidos e forneceria efeitos ambientais pouco tangíveis. Trump e vários outros membros de seu gabinete também frequentemente colocam em dúvida o aspecto científico das mudanças climáticas, argumentando que suas causas e impactos não são ainda comprovados.

A porta-voz da Casa Branca Lindsay Walters não respondeu imediatamente a um pedido para comentários.

Grupos ambientalistas dizem que o relatório reforça os pedidos para que os Estados Unidos tomem medidas diante das mudanças climáticas.

"Esse relatório deixa claro que as mudanças climáticas não são um problema do futuro distante. Estão acontecendo agora em todas as partes do país", disse Brenda Ekwurzel, diretora de Ciências Climáticas da União dos Cientistas Interessados e uma das autoras do relatório.

Pesquisas anteriores, inclusive de cientistas do governo dos Estados Unidos, também concluíram que as mudanças climáticas poderiam ter severas consequências econômicas, incluindo danos à infraestrutura, fornecimento de água e agricultura.

Impactos severos nas temperaturas médias também aumentam os riscos de transmissão de doenças, pioram a qualidade do ar, aumentam a ocorrência de problemas de saúde mental, entre outros efeitos.

Treze departamentos governamentais e agências, do Departamento de Agricultura à NASA, integraram o comitê que compilou o novo relatório.

Veja a galeria: Aquecimento global pode ter consequências catastróficas em todo o mundo

Segundo informes do Painel Intergovernamental sobre Mudanças
Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), o aquecimento global é responsável por
danos generalizados e é preciso reduzir significativamente os níveis de
emissões de gás estufa.

Hoje o número de emissões é 50% superior aos anos 90 e é provável que esse
nível aumente ainda mais até o final do século. As emissões de gás estufa
poderão alcançar os 3,8 graus na escala Celsius

Emater—AC—
A Empresa de
Assistência Técnica e Extensão Rural do Acre tem concurso público aberto
para o preenchimento de 170 vagas, sendo 44 para contratação imediata. Os cargos oferecidos são: coordenador de núcleo operacional, recreadores, auxiliares
administrativos e técnicos de nível médio. As remunerações oferecidas variam
entre R$ 1.433 e R$ 6.144. Interessados podem se inscrever até o dia 20 de
junho. Veja mais informações no edital

Fome

Todos os aspectos da segurança alimentar serão afetados pela mudança climática, especialmente os relacionados com os cereais e as reservas de pesca. Sem medidas adequadas, a produção de trigo, arroz e milho cairá em meados do século, mas algumas áreas podem sair beneficiadas.

A partir de 2.050 os riscos serão mais severos. As regiões tropicais e subtropicais serão mais afetadas. Um aumento da temperatura superior aos 4ºC neste século, combinado com a demanda maior de alimentos de uma população em crescimento, "representa grandes riscos"

Pobreza e desigualdade

A redução da pobreza será mais difícil, especialmente em regiões como a África, que registra grande insegurança alimentar e níveis de desigualdade, e "novos bolsões de pobreza" surgirão em países desenvolvidos e em desenvolvimento

Você já imaginou como as mudanças climáticas impactarão o clima no futuro? Em um exercício científico, o The Weather Channel, um dos canais mais famosos no mundo relacionado ao clima fez uma simulação de como algumas cidades dos Estados Unidos estarão no ano de 2050

Aumento do nível dos mares

A quantidade de pessoas expostas a inundações costeiras e à perda de terras crescerá significativamente nas próximas décadas, em parte por causa da alta demográfica e da urbanização. Os pequenos Estados insulares e os países em desenvolvimento em áreas baixas "sofrerão de modo previsível um grande impacto"

Mudança climática

Cientistas apontam que seria necessária uma união entre vários países do mundo para que a mudança do clima na Terra seja revertida. Além disso, há uma grande possibilidade de que a mudança de temperatura no planeta gere uma onda de fome e imigração - levando a uma série de instabilidades no globo

Saúde

Os riscos incluem o aumento de doenças transmitidas por mosquitos ou típicas de zonas úmidas, a mortalidade e as doenças provocadas pelo calor, a contaminação ou queda de qualidade da nutrição

Gás carbônico demais
As emissões de gás carbônico aumentaram em 25% a acidez dos oceanos nos últimos 200 anos. Isso pode causar uma extinção em massa na vida marinha

No início de 2014, a ONU comunicou que não atualizaria mais o número de mortos na Síria por falta de informações. O último cálculo dizia que eram mais de 130 mil mortos.

Os confrontos no fim de 2013 impulsionaram ainda mais o exílio de milhares de sírios em busca de segurança

Pontos críticos

Um aumento de temperatura de nível médio ou alto representa "um alto risco de mudanças abruptas e irreversíveis" em ecossistemas regionais, como a Amazônia, os recifes de coral ou a tundra do Ártico

PALAU

Palau é uma das muitas nações
insulares do Oceano Pacífico que podem enfrentar problemas graves no futuro devido à elevação
do nível do mar, principalmente pela perda de terras habitáveis e da vida
marinha local.

Em 1994, foi criada a Palau
Conservation Society, uma instituição que desenvolve estratégias sustentáveis
para o crescimento do pequeno país e ajuda a população a encontrar soluções
para reduzir a vulnerabilidade às mudanças climáticas

De acordo com os cientistas, ao agitar as camadas normalmente estáveis do solo e adubá-la com suas fezes e urina, os pequenos roedores estão incentivando a decomposição do material biológico que normalmente fica bloqueado no chamado "permafrost". Isso faz com que o dióxido de carbono (gás carbônico) preso dentro do terreno congelado seja liberado para a atmosfera

O relatatório explica que há opções relativamente baratas e simples, como:

Reduzir o desperdício de água, aumentar a reciclagem.

Preservar terras úmidas que podem servir de barreiras contra as inundações e salvar os manguezais que podem proteger as costas de tempestades inesperadas. Lutar contra os incêndios florestais.

Introduzir cultivos resistentes às secas e estimular os sistemas de irrigação eficientes.

Desenvolver áreas verdes nas cidades que suavizem o impacto das ondas de calor

Segundo informes do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), o aquecimento global é responsável por danos generalizados e é preciso reduzir significativamente os níveis de emissões de gás estufa. Hoje o número de emissões é 50% superior aos anos 90 e é provável que esse nível aumente ainda mais até o final do século. As emissões de gás estufa poderão alcançar os 3,8 graus na escala Celsius