EUA veem assassinato de Villavicencio como "ataque" contra democracia no Equador
Villavicencio era um dos oito candidatos presidenciais das eleições marcadas para o próximo dia 20 de agosto
Internacional|Do R7
O governo dos Estados Unidos afirmou nesta quinta-feira que o assassinato do candidato presidencial equatoriano Fernando Villavicencio é um "ataque flagrante" contra a democracia e o Estado de direito no Equador.
Funcionários de alto escalão do governo de Joe Biden, como seu assessor de segurança nacional, Jake Sullivan, e o chefe do Departamento de Estado para a América Latina, Brian Nichols, condenaram o assassinato de Villavicencio, atingido ontem por uma rajada de tiros após um comício eleitoral.
"Estendemos nossas condolências à família e entes queridos do candidato presidencial equatoriano Fernando Villavicencio. Os Estados Unidos condenam energicamente este ato descarado de violência e ataque à democracia no Equador", disse Sullivan.
No mesmo sentido, expressou-se Nichols, que em uma mensagem em espanhol em sua conta oficial no Twitter destacou a determinação que Villavicencio demonstrou para enfrentar a violência das gangues armadas que assolam o Equador nos últimos anos.
"O assassinato do candidato presidencial equatoriano Fernando Villavicencio, um opositor declarado do crime organizado, é um ataque flagrante à democracia e ao Estado de direito. Pedimos uma investigação rápida e exaustiva por parte das autoridades competentes e oferecemos nosso apoio", afirmou Nichols.
Ainda ontem, poucas horas após o assassinato, o embaixador americano no Equador, Michael Fitzpatrick, condenou veementemente o ato de violência e expressou a disposição dos Estados Unidos de cooperar com as autoridades equatorianas para investigar o atentado.
Villavicencio era um dos oito candidatos presidenciais das eleições gerais extraordinárias marcadas para o próximo dia 20 de agosto, nas quais será eleito o sucessor do conservador Guillermo Lasso.
O candidato, jornalista de 59 anos e ex-deputado da Assembleia Nacional que com suas investigações sobre corrupção se tornou um dos mais ferrenhos inimigos do ex-presidente Rafael Correa (2007-2017), recebeu uma rajada de tiros no final de um comício em uma escola de Quito.
Lasso, que não concorre à reeleição, decretou nesta quinta-feira o estado de emergência por 60 dias em todo o país e ratificou que as eleições gerais extraordinárias serão realizadas na data prevista, mas com a mobilização de militares em todo o território nacional.
Há pouco mais de dois anos, se reproduzem diariamente múltiplas denúncias de assassinatos, massacres, extorsões, ataques com explosivos, entre outros crimes, que semearam o terror entre os equatorianos.
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O Equador fechou 2022 com a maior taxa de mortes violentas de sua história, registrando 25,32 por 100.000 habitantes, a grande maioria associada, segundo o governo, ao crime organizado e ao narcotráfico, que ganhou força no litoral e transformou seus portos em grandes trampolins para a cocaína chegar à Europa e à América do Norte.