Evo Morales diz que analisa volta à Bolívia ou viagem para a Argentina
Ex-chefe de governo também negou ter fraudado as eleições de 20 de outubro, como alegam seus opositores, e criticou o relatório da OEA
Internacional|Da EFE
Evo Morales, que renunciou à Presidência da Bolívia no último domingo (10) em meio a uma crise política e social, reiterou nesta sexta-feira (15) que sofreu um golpe de Estado e revelou estar analisando uma volta ao país ou uma viagem para a Argentina.
"Não perco a esperança de, a qualquer momento, voltar à Bolívia e, se me aproximar da Bolívia através da Argentina, melhor ainda", declarou Morales, que está asilado no México desde a última terça, em entrevista para à emissora de rádio "El Destape", de Buenos Aires.
O ex-presidente boliviano agradeceu ao presidente eleito da Argentina, Alberto Fernández, por dizer que irá recebê-lo quando assumir o cargo, em 10 de dezembro.
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"Estamos analisando. Esperamos que um pouco mais de tempo passe antes de voltar à Argentina ou à Bolívia para continuar essa luta contra a ditadura", afirmou.
Morales disse entender as diferenças ideológicas com o atual presidente argentino, Mauricio Macri, que não descreveu o que aconteceu na Bolívia como um golpe de Estado, mas também não reconheceu as atuais autoridades do país vizinho.
O ex-chefe de governo negou ter fraudado as eleições de 20 de outubro, como alegaram os opositores, e criticou o relatório da Organização dos Estados Americanos (OEA), que questiona a transparência do pleito.
"A OEA aderiu ao golpe", denunciou Morales, que prometeu que demonstraria que o relatório do órgão foi feito para "beneficiar as classes dirigentes".
"Tenho muita esperança de que, com a participação de organizações internacionais, como as Nações Unidas, possamos iniciar o diálogo de pacificação", disse.
"Há uma porta aberta para pacificar a Bolívia. Se meu povo me pedir para voltar, estou disposto a retornar, mas com as garantias correspondentes", esclareceu.
Enquanto isso, Alberto Fernández declarou à mesma rádio que acredita que Jeanine Áñez, que se autoproclamou presidenta da Bolívia na terça-feira, representa um governo inconstitucional.