Ex-deputada conquista chavistas e vê Maduro como 'grande perdedor' das primárias na Venezuela
Disputa da oposição deu vitória por ampla maioria a María Corina Machado, que teve mais de 90%, mas está inelegível até 2030
Internacional|Do R7, com EFE
A ex-deputada María Corina Machado, vencedora das primárias da oposição ao atual governo da Venezuela, realizadas no último domingo (22), disse na última terça-feira (24) que o presidente do país, Nicolás Maduro, foi o "grande perdedor" do pleito, que define um candidato coligado para enfrentar o chavismo nas eleições presidenciais de 2024.
"Os vencedores foram todos os venezuelanos, e o grande perdedor é Nicolás Maduro, que não haja dúvidas sobre isso. Há pessoas que são boas perdedoras, e outras que são más perdedoras, e está claro que tipo de perdedores são Maduro e seu regime", declarou em entrevista coletiva a líder opositora.
Restando 35,12% dos votos para o término da apuração, ela lidera a disputa com 92,56% do total e não pode mais ser ultrapassada.
Machado, que está proibida de exercer cargos públicos eletivos até 2030 e tenta reverter a decisão na Justiça, reiterou que poderá se inscrever para participar das eleições presidenciais, previstas para o segundo semestre de 2024, para derrotar Maduro.
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Ela também destacou que se comunicou com vários governos de diferentes partes do mundo e com parlamentares, sem especificar de quais nações, assim como com o escritor peruano Mario Vargas Llosa, vencedor do Nobel, e por isso sua agenda de trabalho tem sido muito intensa.
As primárias de domingo foram duramente criticadas por setores governistas, que classificaram o processo como fraudulento e pediram que ele fosse investigado por diversos órgãos.
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Apoio do chavismo
Machado afirmou ainda que simpatizantes do chavismo também votaram no pleito do último domingo, que tinha o objetivo de eleger um candidato coligado para enfrentar o partido governista nas eleições presidenciais de 2024.
Em resposta às acusações do chavismo e de outros setores governistas sobre supostas irregularidades no processo, incluindo números inflados de participação, a ex-deputada afirmou que o atual governo não engana nem mesmo seu próprio povo.
"Não houve uma eleição com maior escrutínio eleitoral e cidadão como as recentes primárias, lideradas pelo povo, que montou os centros, se organizou, transportou o material, mobilizou outros eleitores e garantiu a segurança”, afirmou Machado.
"Foi um processo absolutamente civil, em que praticamente não houve agressões e, quando houve, as próprias pessoas repeliram os agressores e os violentos [...] Então, quem eles estão enganando? Eles não enganam nem mesmo seu próprio povo", declarou.
A pré-candidata afirmou que está de braços abertos para receber todos que têm um interesse genuíno na libertação do país.
"Já recebemos pessoas que não participaram das primárias, cujos nomes não divulgarei porque prefiro que eles mesmos o façam, que estão se apresentando e dizendo querer fazer parte desse movimento, porque o que aconteceu no domingo foi grandioso, poderoso, imparável", concluiu.