Ex-funcionária do Facebook pede regulamentação da empresa
Frances Haugendo presta depoimento ao Congresso dos EUA um dia depois do apagão mundial que afetou bilhões de usuários
Internacional|Do R7
A ex-funcionária Facebook Frances Haugendo presta depoimento nesta terça-feira (5) aos congressistas americanos para pedir a regulamentação do gigante das redes sociais, um dia depois do apagão mundial que bilhões de usuários e expôs a dependência mundial de seus serviços.
Frances testemunha no Capitólio, depois de vazar para as autoridades e para o The Wall Street Journal um enorme arquivo de investigações internas que detalham como o Facebook sabia que seus sites eram potencialmente prejudiciais para a saúde mental dos jovens.
Ela fala aos senadores um dia depois de o Facebook, seu aplicativo de fotos Instagram e o serviço de mensagens WhatsApp terem ficado quase sete horas fora do ar, o que afetou "bilhões de usuários", de acordo com rastreador Downdetector.
De acordo com trechos do depoimento vazados para a imprensa americana, Frances vai acusar o Facebook de colocar seus interesses em primeiro lugar, em detrimento da segurança de seus usuários.
"O Facebook se tornou uma empresa de um US$ 1 trilhão que financia seus lucros com nossa segurança, incluindo a segurança dos nossos filhos", aponta Haugen em sua declaração preparada para a audiência no Senado, citada pela Bloomberg News.
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"Eu me apresento, porque reconheci uma verdade aterradora: quase ninguém fora do Facebook sabe o que acontece dentro do Facebook. A direção da empresa oculta informações vitais do público, do governo americano, de seus acionistas e de governos de todo mundo", explica.
Em seu depoimento, ela defende a regulamentação desta empresa tão criticada e que faz parte do dia a dia de tantas pessoas.
O Facebook se opôs fortemente à indignação em relação às suas práticas e seu impacto, mas esta é apenas a mais recente de uma série de crises que atingem o gigante do Vale do Silício.
Há anos, os congressistas americanos ameaçam regulamentar os negócios do Facebook e de outras plataformas de rede social para enfrentar as críticas de que os gigantes do setor de tecnologia invadem a privacidade, servem de amplificador e caixa de ressonância para informações perigosas e prejudicam o bem-estar dos jovens.