Ex-presidente peruano Alan García é investigado por enriquecimento ilícito

Lima, 5 fev (EFE).- O Ministério Público do Peru abriu nesta terça-feira uma investigação preliminar contra o ex-presidente Alan García por suposto enriquecimento ilícito, depois da divulgação da compra de uma casa no valor de US$ 830 mil. A imprensa local assinalou que a investigação irá durar 30 dias e começou com a solicitação dos dados sobre a situação creditícia e as viagens feitas por García, que governou o Peru nos períodos 1985-1990 e 2006-2011. A resolução que anuncia o início da investigação menciona que "dados revelariam um aumento no patrimônio" do ex-governante e que existe o indício de que a origem dos fundos usados para a compra da casa não estaria "devidamente justificada". O Ministério Público pedirá à Superintendência de Bancos, Seguros e Administração de Fundos e Previdência um parecer sobre a situação creditícia de García, que declarou ter adquirido o imóvel através de renda própria e um empréstimo bancário. García ofereceu uma entrevista coletiva já nesta terça-feira para dar a sua versão do caso e mostrou documentos comprovando que teve receita equivalente a US$ 1,314 milhão nos últimos 18 meses. O ex-mandatário assegurou que esse dinheiro é produto do seu trabalho "acadêmico, intelectual e como escritor" e detalhou que recebeu cerca de US$ 831 mil por uma série de conferências no mundo todo. Além disso, explicou que obteve outro montante por sua previdência como ex-presidente, seu trabalho na universidade privada de San Martín de Porres e a publicação de três livros. Apesar de alegar inocência, o líder do Partido Aprista Peruano (PAP) assegurou que a investigação contra si "fortalece a democracia e torna transparente o sistema político, que é visto pelos cidadãos com muita desconfiança". EFE dub/pa