Rússia x Ucrânia

Internacional Exército de Putin é acusado de decapitar soldados ucranianos e exibir cabeças

Exército de Putin é acusado de decapitar soldados ucranianos e exibir cabeças

Vídeo que mostraria decapitação de soldado ucraniano se espalhou nas redes sociais e provocou indignação de autoridades em Kiev

  • Internacional | Maria Cunha*, do R7

Resumindo a Notícia

  • Ucrânia iniciou investigação sobre vídeo que mostra decapitação de um soldado ucraniano.
  • Registro se espalhou nas redes sociais e provocou indignação de autoridades em Kiev.
  • Prática de cortar cabeça de oficiais ucranianos e mostrá-la espetada estaria ocorrendo.
  • Kremlin chamou a filmagem de 'horrível', mas disse que precisava ser verificada.
Imagem de cabeça de soldado ucraniano espetada em árvore foi compartilhada nas redes sociais

Imagem de cabeça de soldado ucraniano espetada em árvore foi compartilhada nas redes sociais

Reprodução/Twitter

A Ucrânia iniciou uma investigação nesta quarta-feira (12) sobre um vídeo que supostamente mostra a decapitação de um soldado ucraniano, no mais recente caso de atrocidades que teriam sido cometidas pela Rússia desde a invasão daquele país, em fevereiro de 2022.

O militar mostrado no registro, no entanto, não seria o único a ser degolado. A prática de cortar a cabeça de oficiais ucranianos capturados e depois mostrá-la espetada, como se fosse um troféu, é aparentemente comum entre os russos. 

O registro se espalhou rapidamente nas redes sociais e provocou indignação de autoridades em Kiev, incluindo o presidente Volodmir Zelenski, bem como de organizações internacionais. O Kremlin chamou a filmagem de “horrível”, mas disse que precisava ser verificada, segundo o veículo americano ABC News. 

Nas imagens que circulam online é possível ver um homem de uniforme verde com uma braçadeira amarela, normalmente usada por combatentes ucranianos.

Os gritos da vítima, que implora por misericórdia e profere, repetidamente, as palavras "dói" e "pare", são ouvidos antes que outro homem camuflado use uma faca para decapitá-lo.

A voz do soldado russo é ouvida: "Envie para Kiev. Corte, quebre a espinha".

O vídeo termina com a cabeça decepada e ensanguentada do suposto ucraniano apontada para a câmera.

Durante a cena, ainda havia uma terceira pessoa que segurava uma jaqueta aparentemente pertencente ao homem que é decapitado. Todos os três indivíduos que aparecem no vídeo falam em russo, e acredita-se que o ato tenha ocorrido no ano passado. 

"Crime de guerra"

O presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, se manifestou após divulgação do vídeo

O presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, se manifestou após divulgação do vídeo

Reprodução Twitter/ @ZelenskyyUa

Desde a invasão da Ucrânia pela Rússia, em 24 de fevereiro de 2022, os soldados de Moscou cometeram abusos generalizados e supostos crimes de guerra, de acordo com as Nações Unidas e grupos de direitos humanos.

Os ucranianos acusaram repetidamente a Rússia de alvejar prédios de apartamentos e equipamentos civis em ataques, e imagens de centenas de pessoas mortas nas ruas e em valas comuns, depois que as forças russas se retiraram da cidade de Bucha, horrorizaram o mundo.

O Tribunal Penal Internacional emitiu um mandado de prisão contra o presidente da Rússia, Vladimir Putin, por crimes de guerra, acusando-o de responsabilidade pessoal pelo sequestro de crianças da Ucrânia.

O Kremlin, no entanto, nega ter cometido tais ações criminosas ou ter como alvo civis.

Zelenksi disse que a violência no último vídeo não será esquecida e que as forças russas serão responsabilizadas.“Todos devem reagir, todos os líderes. Não espere que seja esquecido, que o tempo vai passar”, afirmou o presidente ucraniano.

Ele ainda usou linguagem forte para descrever os soldados russos, chamando-os de “bestas”.

O serviço de segurança da Ucrânia abriu uma investigação, de acordo com um comunicado de Vasyl Maliuk, chefe da agência, conhecida como SBU. As autoridades estão estudando o vídeo para identificar os responsáveis, bem como a vítima, de acordo com Hanna Maliar, vice-chefe do Ministério da Defesa.

Os pôsteres nos canais pró-Kremlin do Telegram russo, embora não confirmem a autenticidade do vídeo, não o contestam. 

O chefe de direitos humanos da Ucrânia disse que solicitará ao Comitê de Direitos Humanos da ONU que investigue. Ele escreveu no Telegram que “uma execução pública de um cativo é mais uma indicação de violação das normas da Convenção de Genebra, do direito humanitário internacional, uma violação do direito fundamental à vida”.

O vídeo também provocou protestos entre a população ucraniana. “Isso é horrível”, disse Mykola Drobot, de 44 anos, moradora de Kiev. “Tais coisas não podem acontecer sem o consentimento — silencioso ou não — da liderança militar e política.”

Outra moradora da capital da Ucrânia, Yuliia Sievierina, 40, presumiu que o vídeo pretendia ser uma “pressão moral sobre nós para nos considerarmos ainda mais oprimidos e emocionalmente dilacerados”.

*Estagiária do R7, sob supervisão de Daniel Pinheiro

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