Exposição de casas de bonecas revive história dos lares ingleses

O Museu da Infância de Londres recebe uma exposição de casas de bonecas que convida a adentrar em uma viagem pela história das famílias inglesas dos últimos 300 anos por meio de 12 recriações em miniatura. A mostra "Pequenas histórias: em casa como em uma casa de bonecas", é uma "interessante representação da história destas casas em miniatura, que revelam o dia a dia dos lares do Reino Unido", disse à Agência Efe Alicie Sage, curadora do museu. 

A exposição, que estará aberta ao público até 6 de setembro de 2015, seguirá depois para outros países, como Estados Unidos, Turquia e Finlândia. A mostra abre as portas de mansões georgianas, vilas residenciais e blocos de edifícios com vista para a cidade.

As pequenas histórias de cada casa mostram ao visitante a vida de seus personagens graças a um painel com botões que permitem acender as luzes dos quartos e escutar as vozes dos inquilinos que vivem ali dentro. Graças a estes interruptores é possível até escutar a história de alguns amigos que estão em uma festa, uma mãe dar bronca em seu filho ou uma família conversando amenidades na sala de estar.

— Para mim, uma das características mais especiais da exposição e o que a diferencia das outras é que pode entender as histórias das famílias, escutar os personagens que vivem dentro.

Tate baby house é uma das primeiras miniaturas que apresentadas na mostra, uma das peças mais especiais e antigas da exposição, construída em 1760. Esta casa, que conta com uma arquitetura moderna para sua época, representa a vida de três gerações de mulheres da Inglaterra na época georgiana que viveram em uma grande mansão com chaminés, vidros altos e amplas camas com dossel.

A exposição, que está ordenada de forma cronológica, conta com 1.900 objetos que foram restaurados durante dois anos pelo departamento de conservação da instituição, que faz parte do museu Victoria & Albert.

Killer house é outra das peças de destaque, uma casa de estilo asiático de 1840 que fica dentro de um armário de madeira escura com portas que funcionam como fachada. O salto de século se reflete no design das casas e, com "Whiteladies house", surge uma arquitetura modernista, com grandes terraços, piscina, quadra de tênis e muros lisos que lembram o mais recente minimalismo.

Já nos anos 60 e 70 as casas dão lugar a edifícios altos, blocos com vista para a cidade em que a cena esta focada no sofá e na televisão, que passam a ser o elemento de união das famílias. Quase no final da mostra, uma peça de desenho futurista se destaca sobre as cores mornas da galeria: "Kaleidoscope House's" é uma casa de bonecas multicolorida e translúcida de espaços abertos.

Esta casa, desenhada pela artista nova-iorquina Laurie Simmons em 2001, é a única peça da exposição que não é inglesa, embora "realmente a influência da cultura americana esteja presente em todas as histórias da coleção", comentou Sage. A amostra termina com um conjunto de 19 quartos "de fantasia", que sob o tema "os sonhos impossíveis podem se tornar realidade", expõe elementos estranhos dentro das salas em miniatura.

A figura de um urso em um quarto, misteriosas criaturas voando sobre as paredes de um dormitório e uma árvore na esquina de uma cama são alguns dos elementos que decoram estas últimas peças.