Família de menino que morreu sob custódia dos EUA não fala espanhol

A província de Huehuetenango, na Guatemala, de onde saíram pai e filho, tem a maior taxa de emigração do país todos os anos

26/12/2018 - 19h09 (Atualizado em 22/02/2024 - 10h42)

Um menino de 8 anos da Guatemala que morreu nesta semana sob custódia dos Estados Unidos havia caminhado com seu pai até a fronteira norte-americana saindo de um vilarejo no noroeste da Guatemala, afirmou o governo guatemalteco nesta quarta-feira (26), seguindo milhares de outros que tornaram a área um ponto central de emigração.

Felipe Gómez Alonzo e seu pai, Agustín, de 47 anos, saíram da cidade de Nenton, na província de Huehuetenango, disse a porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da Guatemala, Marta Larra.

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Gómez foi a segunda criança a morrer neste mês sob custódia dos EUA após chegar ao país pelo México, depois da morte de Jakelin Caal, uma menina de 7 anos também da Guatemala que morreu no início de dezembro.

Os pais de Gómez, que falam o idioma maia Chuj e pouco espanhol, pediram que uma autópsia seja realizada o mais rápido possível para que o corpo possa ser repatriado à Guatemala, disse Larra. Os resultados devem ficar prontos em cerca de uma semana, acrescentou.

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A maior parte das famílias de Nenton tem origem indígena e sobrevive de plantações de milho e feijão, assim como de dinheiro enviado por parentes que trabalham nos Estados Unidos e no México, de acordo com relatório do governo.

A província de Huehuetenango tem a maior taxa de emigração da Guatemala todos os anos, disse Larra.

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A agência de Alfândega e Proteção de Fronteira norte-americana (CBP) ainda não divulgou a causa oficial de morte do menino.

A Patrulha de Fronteira passará a realizar exames médicos adicionais em todas as crianças sob sua custódia, com atenção especial para os menores de 10 anos, disse a CBP. A agência também está considerando opções para liberar imigrantes para abrigos temporários e trazer assistência médica de outras áreas.

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O pai e filho foram detidos em 18 de dezembro em El Paso, Texas, por entrar ilegalmente nos Estados Unidos, disse a agência.

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A menina Jakelin Caal, que morreu no último dia 8 de dezembro, quando estava sob custódia da Agência de Alfândega e Fronteiras dos Estados Unidos foi enterrada nesta terça-feira (25) em seu povoado natal, no interior da Guatemala

O corpo da menina chegou ontem na Cidade de Guatemala, capital do país, mas nenhum familiar foi receber. Seu avô, Domingo Caal, afirmou que não tinha dinheiro para ir até a cidade. Nesta terça, outra criança morreu em condições semelhantes

A família de Jakelin vive em um pequeno povoado indígena no interior do país e é uma das mais pobres da região. Eles vivem basicamente do cultivo do feijão e do milho para consumo próprio

Jakelin saiu do interior junto com seu pai Nery Caal em novembro. Eles faziam parte de uma caravana que se dirigia aos EUA pelo México

A mãe da menina, Claudia Caal, ficou no povoado para cuidar dos outros dois filhos mais novos e dos avós da menina

Jakelin adoeceu quando já estava sob cuidado da Agência norte-americana. No entanto, seu pai havia assinado um documento que dizia que ela estava saudável. Não se sabe se ele entendeu o conteúdo do documento. A menina morreu em seguida, apresentando uma febre muito alta. As causas da morte estão sendo investigadas

A menina Jakelin Caal, que morreu no último dia 8 de dezembro, quando estava sob custódia da Agência de Alfândega e Fronteiras dos Estados Unidos foi enterrada nesta terça-feira (25) em seu povoado natal, no interior da Guatemala