FBI recupera quadro de Marc Chagall roubado há quase 30 anos
O quadro 'Otelo e Desdêmona', de 1911, tinha sido roubado do apartamento de um colecionador de arte em Nova York em 1988
Internacional|Fábio Fleury, do R7, com agências internacionais
O FBI anunciou nesta quinta-feira (12) que recuperou um quadro a óleo, pintado pelo russo Marc Chagall (1887-1985) em 1911, e que havia sido roubado há quase 30 anos de um casal de colecionadores de arte em Nova York.
A obra, entitulada 'Otelo e Desdêmona', foi um dos primeiros trabalhos de Chagall. O quadro mostra o personagem Otelo, da peça homônima de William Shakespeare, segurando uma espada enquanto olha com ciúmes para sua esposa, Desdêmona.
Roubo
A tela foi roubada em 1988 do apartamento do joalheiro e colecionador de arte Ernest Heller e sua esposa Rose, em Nova York. Ambos já faleceram.
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Na época, o seguro pagou a ele uma indenização de 100 mil dólares (cerca de R$ 341 mil), mas a tela deve ser leiloada por uma quantia bem maior agora, pelos herdeiros de Ernest e Rose Heller.
Segundo o FBI, a obra foi recuperada no ano passado, mas o anúncio só foi feito agora, depois que ela foi identificada. Um homem, que não teve a identidade revelada, tentou deixar o quadro em consignação em uma galeria no estado de Maryland, nos EUA, para ser exposto.
Como o homem não apresentava os documentos exigidos pela galeria, a polícia foi acionada, e passou o caso ao FBI. Os agentes apuraram que o vendedor teria recebido o quadro das mãos do homem que roubou o quadro do apartamento de Ernest Heller.
Recuperação
Segundo as investigações, o ladrão trabalhava no prédio de Heller e, além de levar cerca de 600 mil dólares em joias e obras de arte do apartamento do joalheiro, assaltou outros moradores do edifício. O intermediário quase vendeu o quadro nos anos 1990, mas o negócio não foi fechado.
Como os crimes já prescreveram, tanto o ladrão quanto o intermediário não serão processados pela Justiça norte-americana.
"É muito difícil vender obras de arte bem documentadas e conhecidas, depois que elas são roubadas. Os donos de galeria são nossa primeira linha de defesa para identificar obras que não têm a documentação adequada", explicou o agente Tim Carpenter, da equipe do FBI que apura roubos de obras.