Feminicídio: Lar é o lugar mais perigoso para mulheres, diz ONU
Pesquisa realizada pela ONU divulgou que 58% das mulheres mortas em 2017 foram vítimas de seus companheiros ou de membros da família
Internacional|Carolina Vilela, do R7*
Pelo menos 87 mil mulheres foram assassinadas em 2017 e cerca de 58% delas foram vítimas de seus companheiros ou de membros da família, fazendo com que o lar seja o lugar mais perigoso para mulheres, segundo estudo realizado pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC).
O estudo divulgado neste domingo (25), estimou que cerca de seis mulheres são mortas por hora por pessoas conhecidas.
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"Enquanto a grande maioria das vítimas de homicídio são homens, as mulheres continuam pagando o preço mais alto como resultado da desigualdade de gênero, discriminação e estereótipos negativos. Elas também são as mais propensas a serem mortas por parceiros íntimos e familiares", afirmou Yuty Fedotov, o diretor executivo do UNODC.
De acordo com Fedotov, o UNODC divulgou a pesquisa no Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres para "aumentar a compreensão" do fenômeno e afirmou que é necessário acabar com as mortes relacionadas a gênero.
A ONU destacou a necessidade de uma prevenção eficaz do crime, pediu que as legislações promovam a segurança das vítimas e garantam a responsabilização do infrator.
A pesquisa também enfatizou a importância de envolver os homens na solução, inclusive por meio da educação infantil.
Mulheres vítimas de homicídio por conhecidos
O estudo constatou que a taxa global de mulheres vítimas de homicídio por seus companheiros ou membros da família é de cerca de 1,3 a cada 100.000 mulheres.
Em termos de distribuição geográfica, a África e as Américas são as regiões onde as mulheres correm o maior risco de serem mortas por seus companheiros ou familiares.
Na África, a taxa foi de cerca de 3,1 vítimas a cada 100.000 mulheres. Nas Américas foi de 1,6 vítimas, na Oceania 1,3 e na Ásia 0,9. A menor taxa foi encontrada na Europa, com 0,7 vítimas.
*Estagiária do R7 sob supervisão de Cristina Charão