Fernández confirma nova conversa com Macri e aceita diálogo econômico
Dois principais candidatos à presidência da Argentina voltam a conversar para tentar amenizar a turbulência que vem acontecendo na economia
Internacional|Da EFE
O peronista Alberto Fernández, favorito a vencer as eleições presidenciais da Argentina em outubro, confirmou nesta terça-feira que voltou a conversar por telefone com o atual presidente do país, Mauricio Macri, e disse estar disposto a enviar os assessores econômicos de sua campanha para participar do diálogo convocado pelo governo.
"O que conversamos fica entre nós, mas foi uma conversa franca e em muito bom tom, de muito respeito e cordialidade", disse Fernández, que nas primárias realizadas no último dia 11 obteve 47% dos votos, uma vantagem de 15 pontos percentuais para Macri.
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O candidato da Frente de Todos, que já tinha conversado com Macri na última quarta-feira, revelou que ontem os dois conversaram sobre a queda que os papéis das empresas da Argentina estavam registrando na Bolsa de Valores de Nova York.
Apesar de abrir o caminho para participação de seus assessores no diálogo econômico convocado pelo novo ministro da Fazenda, Hernán Lacunza, Fernández descartou a hipótese de se reunir com Macri. "Não tenho o que fazer na Casa Rosada", frisou.
O ex-ministro da Economia Roberto Lavagna, terceiro colocado nas primárias presidenciais pela coalizão Consenso Federal, já aceitou o convite para participar das conversas que serão organizadas por Lacunza, que substitui Nicolás Dujovne no cargo.
"Estamos à disposição para contribuir com opiniões e propostas para conseguir a estabilização (do peso argentino em relação ao dólar)", disse Lavagna.
Após a derrota de Macri nas primárias, o mercado financeiro da Argentina experimentou um período de forte turbulência. O dólar e o risco-país dispararam, enquanto a Bolsa de Comércio de Buenos Aires viveu alguns de seus piores dias na história.
Governistas e opositores anteciparam que a forte valorização do dólar nos últimos dias terá impactos sobre a inflação e sobre o poder aquisitivo dos argentinos, afetando a economia do país, em crise desde abril do ano passado.