Fica cada vez mais claro que diplomacia é única saída para a guerra da Ucrânia
Não há nem um só chefe de Estado capaz de intermediar o enfrentamento entre Vladimir Putin e Volodmir Zelenski
Internacional|Marco Antonio Araujo, do R7
Na véspera de completar três meses, a criminosa invasão da Ucrânia pela Rússia continua sua escalada em direção a uma guerra mundial. E nada tem sido feito para diminuir os riscos de um confronto cujas proporções deveriam colocar os líderes mundiais em estado de extrema atenção. Nunca precisamos tanto de diplomacia. Qual o quê.
É desolador o cenário internacional. Não há líderes com envergadura suficiente para o enfrentamento dessa crise, a maior desde o fim da 2ª Guerra, em meados do século passado. Todos se mostram incapazes de comandar uma saída para a paz. Não temos grandes homens e mulheres de plantão. A humanidade está órfã.
Joe Biden, coitado, é uma sombra vagando pela Casa Branca. Fraco, pusilânime, débil. Sejamos sinceros, preferências e implicâncias à parte: Donald Trump jamais deixaria chegarmos a esse ponto sem retorno. Para algo haveria de servir seu antiglobalismo. As ambições imperialistas da Otan seriam apontadas pelo ex-presidente americano, o que impediria a armação do circo ideológico que se tornou a Europa.
Emmanuel Macron, por seu lado, está impedido de palpitar em questões alheias antes de botar alguma ordem na própria casa. Recém-reeleito, com a extrema direita ao seu encalço, o presidente francês tem em suas mãos um país ocupado demais com seus graves problemas econômicos e uma convulsiva divisão de classes sociais. Seu pirão primeiro.
Com a saída de cena de Angela Merkel, quem restaria para comandar o bloco ocidental? Boris Johnson nem mesmo se candidata ao posto, felizmente. A China, ainda mais felizmente, não abre mão — nem deveria — de sua neutralidade. As vagas para estadistas estão abertas.
O fato é que não há um único chefe de Estado capaz de intermediar a contenda sangrenta entre os indefensáveis (cada um ao seu modo) Vladimir Putin e Volodmir Zelenski. Nunca precisamos tanto da diplomacia.