'Fico com os mísseis, mas não volto', diz brasileira que vive em Israel
Brasileiras que vivem a 16 quilômetros de Gaza relatam clima de violência, mas afirmam que ainda se sentem mais seguras em Israel
Internacional|Beatriz Sanz, do R7
Nesta semana, uma nova onda de confrontos entre o braço armado do Hamas e o exército israelense voltou a tomar a Faixa de Gaza, o que está assustando as pessoas que vivem dos dois lados do conflito.
Até o momento, pelo menos 12 pessoas já morreram, sendo 11 palestinos e um militar israelense. Segundo relatos de testemunhas, desta vez a violência está ainda maior do que em disputas anteriores.
Apesar disso, a brasileira Adrianna Caspari, que vive há quatro anos em Ashketon, Israel, diz que ainda se sente segura. “Eu fico com os mísseis, mas não volto para o Brasil”, garante.
Leia também
A dona de casa relatou ao R7 que passou a noite de segunda (12) em claro devido às sirenes constantes alertando a população sobre os morteiros disparados pelo Hamas. Caspari ainda precisava proteger seus dois filhos de 4 e 1 ano de idade.
Cidade vazia
Na manhã seguinte, ela conseguiu ir até o shopping apesar da sensação de estranhamento com as ruas e o centro comercial vazios.
Os representantes do governo de Israel se encontraram para decidir como a campanha contra o Hamas continuará. A decisão anunciada pelo conselho é de que o exército deve “continuar suas ações na região conforme necessário”.
Caspari acredita que mesmo que um cessar-fogo fosse anunciado, o Hamas não o respeitaria.
O exército suspendeu as aulas nas cidades da fronteira com Gaza nesta terça-feira (13) e os moradores ainda aguardam informações amanhã haverá aulas.
Diferente do Rio
Por sua vez, a aposentada Sueli Nagier viveu no Rio de Janeiro durante toda a vida e está em Israel há apenas dois anos. Para ela, as realidades, ainda que ambas sejam muito violentas, são diferentes.
Ela conta que de seu apartamento na Barra da Tijuca, via os tiros nos morros do Rio de Janeiro, mas sentia aquilo de forma distante, enquanto em Israel está acontecendo com ela.
“Eu fiquei desesperada, tive muito medo, tremia”, conta Nagier. Ainda assim, ela prefere viver em Israel, pois consegue andar nas ruas com suas joias, por exemplo, algo que ela não fazia no Rio de Janeiro.
Clima tenso em Ashkelon
A podóloga Esther Chimanovitch, que vive no país há 21 anos, conta que o clima na cidade de Ashkelon, há 16 quilômetros de Gaza está muito tenso.
Para se proteger dos mísseis que caem na cidade, ela precisa se proteger nas escadarias do prédio. São as recomendações do exército para quem vive em edifícios que não possuem bunkers.
Chimanovitch conta que os mísseis começaram a cair por volta das 16h30 da segunda-feira (12) até às 7h da manhã no dia seguinte, no horário local.
Ela acredita que estes foram os ataques mais duradouros desde sua chegada ao país.
Durante a terça-feira, enquanto um cessar-fogo era costurado, sirenes não foram ouvidas em Ashkelon.