Fim do conflito: Armênia assina acordo com Azerbaijão e Rússia
A informação foi publicada pelo primeiro-ministro armênio Nikol Pashinyan, na qual afirmou que 'tomou uma decisão muito, muito difícil'
Internacional|Do R7, com Reuters
O primeiro-ministro armênio Nikol Pashinyan, o presidente russo Vladimir Putin e o presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev assinaram uma declaração sobre o fim da guerra em Nagorno-Karabakh, escreveu o líder armênio em sua página do Facebook nesta terça-feira (10), segundo a agência russa Tass.
"Assinei uma declaração com os presidentes da Rússia e do Azerbaijão sobre o fim da guerra de Karabakh desde 01:00 (00:00, horário de Moscou). O texto da declaração publicada é inexprimivelmente sensível para mim pessoalmente e para nosso povo. Eu tomei a decisão depois de uma análise profunda da situação militar e da avaliação de pessoas que a conhecem melhor do que ninguém", disse Pashinyan.
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De acordo com Pashinyan, "esta etapa é baseada na convicção de que esta é a melhor solução possível na situação atual". O conflito na região já dura mais de um mês e possui quase 300 mortos, entre militares e civis.
"Falarei em detalhes sobre tudo isso nos próximos dias. Isso não é uma vitória, mas não haverá uma derrota a menos que você se reconheça como um perdedor. Nunca nos reconheceremos como perdedores e isso deve inaugurar nossa era de unificação nacional e reavivamento ", disse ele.
Segundo o primeiro-ministro, a decisão foi "muito, muito difícil". Um porta-voz do Kremlin confirmou a notícia, informaram agências russas na terça-feira. Não houve reação oficial imediata de Baku, a capital do Azerbaijão.
Arayik Harutyunyan, o líder da região de Nagorno-Karabakh, disse no Facebook que deu um acordo “para acabar com a guerra o mais rápido possível”.
Aumento do conflito
A declaração ocorreu após seis semanas de combates pesados e avanços das forças do Azerbaijão. Baku disse na segunda-feira (9) que apreendeu dezenas de outros assentamentos em Nagorno-Karabakh, um dia depois de proclamar a vitória na batalha pela segunda maior cidade do enclave, estrategicamente posicionada.
“A decisão é tomada com base em análises profundas da situação de combate e em discussão com os melhores especialistas da área”, disse Pashinyan nas redes sociais.
“Isso não é uma vitória, mas não há derrota até que você se considere derrotado. Nunca nos consideraremos derrotados e isso se tornará um novo começo de uma era de nossa unidade e renascimento nacional", disse Pashinyan.
Os combates aumentaram o temor de uma guerra regional mais ampla, com a Turquia apoiando seu aliado Azerbaijão, enquanto a Rússia tem um pacto de defesa com a Armênia e uma base militar lá.
O Azerbaijão diz que desde 27 de setembro retomou grande parte das terras em Nagorno-Karabakh e nos arredores, que perdeu na guerra de 1991-94, que matou cerca de 30 mil pessoas e obrigou muitas outras a deixarem suas casas. A Armênia negou a extensão dos ganhos territoriais do Azerbaijão.