Flórida anuncia reabertura, mas Miami seguirá em quarentena
Empresas poderão voltar a funcionar a partir de segunda-feira (4), mas parte do comércio continua fechado e alguns terão que respeitar restrições
Internacional|Da EFE
O estado americano da Flórida iniciará uma saída gradual da quarentena a partir da próxima segunda-feira (4), segundo anúncio feito na quarta (29) pelo governador, Ron DeSantis, que em um primeiro momento deixará de fora os condados de Miami-Dade, Broward e Palm Beach, os mais afetados pelo novo coronavírus.
O governador relatou em um pronunciamento à imprensa em Tallahassee, capital do estado, como a Flórida vai voltar à normalidade de uma forma. Ele prometeu que o retorno será inteligente, seguro e feito passo a passo, mantendo como prioridade a proteção das pessoas mais vulneráveis, principalmente os idosos e doentes crônicos.
A primeira fase flexibilizará a maioria das medidas que restringiram a atividade econômica e foram incluídas no decreto de contenção que entrou em vigor em 1º de abril, um mês após o primeiro caso confirmado de infecção pelo vírus no estado, que hoje tem 33.193 registros e 1.218 mortes.
No entanto, a distância física de 6 pés - 1m82 - entre as pessoas e a proibição de que mais de dez se reúnam continuará sendo obrigatória.
Parte do comércio vai continuar fechado
Com exceção dos cinemas, bares, academias de ginástica, salões de cabeleireiro e outros estabelecimentos de serviços pessoais, todas as empresas poderão abrir suas portas na Flórida a partir da próxima segunda, embora algumas tenham de operar sob certas restrições.
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Os restaurantes poderão servir apenas 50% de suas mesas, mas se tiverem terraços será necessário apenas para manter a distância física de 6 pés entre os clientes. Já as lojas funcionarão com 25% da capacidade.
O governador preferiu não dar datas em que a segunda fase será iniciada nem quando os três condados do sudeste do estados, onde se concentra um número significativo de casos, serão incluídos.
Das 47 novas mortes por Covid-19 anunciados hoje, 14 estão em Miami-Dade, que tem 2,7 milhões de habitantes e conta com 11.927 casos e 338 óbitos, os números mais altos de toda a Flórida. Na sequência, vêm Broward, com 4.898 casos e 182 mortes, e Palm Beach com 2.911 e 178.
DeSantis declarou que sabia desde o início que a situação seria pior nessa parte do estado que em qualquer outra. E, em grande parte da coletiva de hoje, ele se dedicou a criticar parte da imprensa, que previu que o vírus atingiria a Flórida com tanta força quanto em Nova York e na Itália, e a mostrar os números oficiais que, em sua opinião, contradizem esses prognósticos.
Luz no fim do túnel está mais próxima
O governador destacou que com a entrada na chamada Fase 1 a possibilidade de ver uma "luz no fundo do túnel" está mais próxima. Todo o plano foi elaborado levando em conta as opiniões e recomendações de médicos, epidemiologistas e também de empresários e políticos, e com a ideia de que tudo será feito para proteger os mais vulneráveis.
DeSantis mencionou que uma das preocupações é evitar o contágio de fora do estado e que medidas estão sendo levadas em conta para que os passageiros de voos internacionais para a Flórida tenham sua temperatura aferidas antes do embarque.
Do ponto de vista da saúde, ele ressaltou que a curva de infecções foi achatada e que o sistema de saúde do estado não entrou em colapso. "Na verdade, a capacidade de leitos em hospitais e unidades de terapia intensiva nunca esteve em seu limite desde a chegada do coronavírus", ressaltou.