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Forças do Iraque matam ao menos 28 manifestantes em Nassyria

Confrontos ocorreram após incêndio em consulado do Irã; autoridades criaram 'células de crise' civil-militar conjuntas para conter os tumultos

Internacional|Do R7

Manifestantes carregam caixão de homem morto por forças policiais do Iraque
Manifestantes carregam caixão de homem morto por forças policiais do Iraque

Forças de segurança do Iraque mataram ao menos 28 manifestantes a tiros na cidade de Nassiriya, no sul do país, nesta quinta-feira (28), disseram fontes médicas. As autoridades impuseram um toque de recolher em Najaf depois que manifestantes incendiaram o consulado do Irã.

Autoridades criaram "células de crise" civil-militar conjuntas para tentar conter os tumultos, e um comandante paramilitar prometeu usar a força para impedir qualquer ataque contra autoridades religiosas xiitas.

O incêndio no consulado de Najaf, cidade sagrada do sul, intensificou a violência no Iraque depois de semanas de manifestações em massa que visam derrubar um governo tido como corrupto e apoiado por Teerã.

Sentimento anti-Irã


Tratou-se da expressão mais forte do sentimento anti-iraniano dos manifestantes iraquianos em um momento de acirramento da divisão entre uma elite governante em grande parte aliada ao Irã e uma maioria iraquiana cada vez mais desesperada com poucas oportunidades e apoio estatal mínimo.

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A incapacidade do governo e da classe política do Iraque para lidar com os protestos e atender as exigências dos manifestantes vem alimentando a revolta pública.


O primeiro-ministro, Adel Abdul Mahdi, prometeu reformas eleitorais e anticorrupção, mas mal começou a cumpri-las, e as forças de segurança já mataram centenas de manifestantes majoritariamente pacíficos nas ruas de Bagdá e em cidades do sul.

Protestos no Iraque começaram em outubro


Os protestos, que começaram em Bagdá no dia 1º de outubro e se disseminaram nas cidades do sul, são o desafio mais complexo enfrentado pela classe dominante de maioria xiita, que controla instituições estatais e redes de apoio desde a invasão norte-americana de 2003 que derrubou o governante sunita de longa data Saddam Hussein.

Os manifestantes jovens e de maioria xiita dizem que os políticos são corruptos e comprometidos com potências estrangeiras — especialmente o Irã — e os culpam pela incapacidade de recuperar a nação dos anos de conflito, apesar da calma relativa que se instaurou desde a derrota do Estado Islâmico em 2017.

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