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Eles também são vítimas: soldados americanos voltam para casa arrasados após guerras

Internacional|Do R7

20/03/2013 - 10h40 (Atualizado em 20/04/2024 - 10h21)

Estima-se que cerca de 2,5 milhões de soldados
americanos já passaram pelas guerras do Iraque e do Afeganistão.

Muitos desses militares retornam aos Estados Unidos arrasados fisicamente, com ferimentos graves e membros amputados, além de sérios problemas psicológicos, que muitas vezes passam
despercebidos, segundo especialistas.

Os heróis de guerra se queixam de receber pouco apoio do governo para retomarem suas vidas, e ainda enfrentam dificuldades de conseguir emprego e suporte médico.

Confira a seguir algumas histórias de ex-combatentes americanos

Traumas típicos do campo de batalha, como concussões, lesões
cerebrais causadas por pancada direta ou ainda pela pressão gerada por uma explosão
de bomba, podem ter efeito sobre a personalidade das pessoas afetadas.

É o acontece com muitos soldados americanos, segundo a BBC Brasil, que retornam ao país traumatizados pelo que fizeram e viram em combate

Um caso que chocou os Estados Unidos foi o do sargento do Exército
americano Dwight Smith. Em dezembro de 2001, ele atropelou Marsha Lee, uma
senhora de 65 anos.

Dizendo que levaria a vítima para o hospital, o veterano
colocou a mulher no banco de trás e dirigiu para um bosque das redondezas. O
corpo de Marsha foi encontrado horas depois, sem roupas e com a cabeça
desfigurada por um objeto cortante — possivelmente uma pedra.

Enquanto o soldado aguarda para responder em julgamento a
seis acusações graves — incluindo sequestro, homicídio doloso e estupro —, que
podem levar à pena de morte, uma carta escrita pelo ex-soldado para o seu pai
ofereceu explicações para o incidente.

— Vou ser honesto com você, pai. Matei muitos homens e
crianças. Alguns nem fizeram nada para eu matá-los. Alguns outros pediram
misericórdia. Eu tenho um problema. Acho que estou viciado em matar

Uma das mortes mais lamentadas nos Estados Unidos foi a do
ex-fuzileiro das forças especiais da Marinha americana Chris Kyle (foto).

Obcecado com suas conquistas militares, Kyle escreveu um
livro no qual se vangloria de ter matado 255 inimigos em quatro missões no
Iraque — um recorde nas Forças Armadas americanas.

Ele e outro amigo, Chad Littlefield, foram mortos com vários
tiros por outro veterano, Eddie Ray Routh, em um campo de tiros no norte do
Texas

Um estudo do Instituto de Medicina da Academia Nacional de
Ciências americana diagnosticou nos veteranos das guerras do Iraque e do
Afeganistão os mesmos sintomas de uma já conhecida condição batizada de
Síndrome do Golfo.

Foi observado, nos soldados que lutaram na primeira guerra
contra o Iraque em 1991, sintomas crônicos como fadiga, mudança de humor e
dificuldades cognitivas, problemas de músculo e esqueleto, gastrointestinais,
respiratórios e neurológicos

De acordo com dados de 2010, em média 22 veteranos de guerra
se suicidam todos os dias, um número três vezes maior do que a média da
sociedade civil.

As Forças Armadas oferecem serviços médicos, assistência e
tratamento de síndrome pós-traumática para os ex-combatentes, mas as entidades
que defendem os direitos dos veteranos se queixam da falta de recursos e
condições

Acima, o ex-combatente Isaac Gallegos aparece ao lado do ex-presidente George W. Bush.

Richard Yarosh (à esq.) e Ty Ziegel (à dir.), todos vítimas de queimaduras por explosões de bombas no Iraque

Segundo a ONG Veteranos do Iraque e do Afeganistão da
América (IAVA), 900 mil veteranos estão com pagamentos de benefícios atrasados,
cerca de 250 mil deles, por mais de um ano.

Charlie Lemon (foto), veterano do Iraque, recebeu uma casa adaptada às suas necessidades especiais em 2012

Os ex-combatentes dependem dessa ajuda porque enfrentam
dificuldades em conseguir um emprego ao retornar da guerra, muitas vezes
com graves ferimentos ou deficiências motoras adquiridas em combate.

Ainda segundo a BBC Brasil, a taxa de desemprego entre eles foi de 9,4% em fevereiro,
acima da média geral americana.

Melissa Stockwell (foto) foi a primeira mulher a perder um membro em combate, durante a Guerra do Iraque

Em 10 anos de conflito no Iraque 4.500 soldados americanos morreram em combate, segundo a agência de notícias EFE.

Entre eles está Samuel Watts, morto no Afeganistão em 2012. Acima foto do enterro do militar, realizado em Illinois, nos Estados Unidos

Apesar dos cortes de gastos das agências federais, o presidente
Barack Obama pediu ao Congresso um aumento de 40% no financiamento para a
agência de veteranos este ano, totalizando 280 bilhões de reais (140 bilhões de
dólares).

E com a ajuda da primeira-dama, Michelle Obama, e do
vice-presidente, Joe Biden, arregimentou 125 mil postos de trabalho no setor
privado para veteranos ou seus cônjuges no ano passado

Estima-se que cerca de 2,5 milhões de soldados americanos já passaram pelas guerras do Iraque e do Afeganistão. Muitos desses militares retornam aos Estados Unidos arrasados fisicamente, com ferimentos graves e membros amputados, além de sérios proble...

Estima-se que cerca de 2,5 milhões de soldados americanos já passaram pelas guerras do Iraque e do Afeganistão. Muitos desses militares retornam aos Estados Unidos arrasados fisicamente, com ferimentos graves e membros amputados, além de sérios problemas psicológicos, que muitas vezes passam despercebidos, segundo especialistas. Os heróis de guerra se queixam de receber pouco apoio do governo para retomarem suas vidas, e ainda enfrentam dificuldades de conseguir emprego e suporte médico. Confira a seguir algumas histórias de ex-combatentes americanos

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