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Espionagem estremece relações de quase 200 anos entre Brasil e EUA

Denúncias apontam que agência de segurança americana espionou presidente Dilma e a Petrobras

Internacional|Do R7

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Documentos entregues pelo ex-analista da NSA (Agência de Segurança dos EUA), Edward Snowden (foto), ao jornalista americano Glenn Greenwald, colunista do jornal britânico The Guardian que vive no Rio de Janeiro, revelam que o órgão espionou as comunicações da presidente Dilma Rousseff, além da maior empresa brasileira, a Petrobras. O caso vem estremecendo as relações de quase 200 anos entre Brasil e Estados Unidos. Os dois países tiveram diversos momentos de afinidades e desentendimentos desde a Independência do Brasil até os dias de hoje. Veja mais nas imagens a seguir
Os documentos da espionagem americana mostram que a maior empresa brasileira, a Petrobras, também foi alvo de espionagem. Segundo Dilma, se a denúncia for confirmada, comprovará que o governo norte-americano também realiza espionagens por interesses “econômicos e estratégicos” e não apenas para combater o terrorismo. A presidente falou com jornalistas durante o encontro do G20 em São Petesburgo, na Rússia. Ela afirmou que Obama assumiu a responsabilidade integral pela espionagem e se comprometeu a investigar pessoalmente o caso, após se encontrarem em um jantar informal no dia 5 de setembro
Na última terça-feira (17), porém, a espionagem motivou o adiamento da visita oficial de Dilma a Obama em Washington, em outubro. A decisão foi motivada pela insatisfação da presidente com a apuração das denúncias. O assunto chegou a ser discutido por ela e pelo presidente norte-americano na noite de segunda-feira (16). Apesar do adiamento da visita, a Presidência ressaltou, em comunicado, a importância da parceria estratégica com os EUA, mas condenou a prática da espionagem, que , de acordo com o texto "constitui fato grave, atentatório à soberania nacional e aos direitos individuais, e incompatível com a convivência democrática entre países amigos". 
O comunicado finaliza dizendo que Dilma vai fazer a visita assim que as denúncias sejam esclarecidas. "O governo brasileiro confia em que, uma vez resolvida a questão de maneira adequada, a visita de Estado ocorra no mais breve prazo possível, impulsionando a construção de nossa parceria estratégica a patamares ainda mais altos".
O bom e longo relacionamento entre os dois países começou logo após a independência do Brasil. Em 1822, Dom Pedro 1º proclamou a Independência do País, que se tornou um império separado de Portugal. No entanto, além da declaração feita às margens do rio Ipiranga, em São Paulo, era necessário reconhecimento de outras nações. Os Estados Unidos foram os primeiros a reconhecer a Independência do Brasil, em maio de 1824. O país se colocava a favor da independência de todas as colônias da América. No mesmo ano, Dom Pedro enviou um diplomata brasileiro aos Estados Unidos para tratar das relações comerciais entre os dois países
Dom Pedro 2º (à dir), que assumiu o posto de imperador do Brasil após a abdicação do pai, foi o primeiro chefe de Estado brasileiro a se encontrar com um presidente americano, Ulysses Grant (à esq.), em uma visita não oficial aos Estados Unidos
Durante os primeiros anos da 1ª Guerra Mundial, o Brasil adotou uma postura neutra no conflito. A situação começou a mudar quando duas embarcações brasileiras foram atacadas por forças alemãs, que eram instruídas a abater qualquer navio que entrasse nas zonas de bloqueio estabelecidas pela Alemanha. Nesta época, o presidente Venceslau Brás (foto) firmou aliança com os países da Tríplice Entente (Estados Unidos, Inglaterra e França), em oposição ao grupo da Tríplice Aliança, formada pelo Império Austro-húngaro, Alemanha e Império Turco-otomano. O apoio brasileiro às tropas americanas e seus aliados teve maior presença com o envio de suprimentos agrícolas e matéria-prima procurada pelas nações em conflito. O governo também enviou alguns pilotos de avião, ofereceu navios militares e apoio médico
A 2ª Guerra Mundial colocou em lados opostos as grandes potências mundiais da época. De um lado estavam Alemanha, Japão e Itália (o Eixo), e do outro se encontravam Estados Unidos, França e Inglaterra (os Aliados). A princípio, a posição do Brasil foi de neutralidade, mas depois de alguns ataques a navios brasileiros, por tropas alemãs, o governo de Getúlio Vargas decidiu entrar na guerra, unindo-se aos Estados Unidos. Acima, soldados brasileiros se preparando para a guerra
Com isso, o Brasil se aliava novamente aos Estados Unidos, buscando ampliar seu prestígio político e reforçar sua aliança com os militares norte-americanos. Na imagem acima, brasileiros saem às ruas do Rio de Janeiro para apoiar a entrada do país na guerra
No decorrer do conflito, o Brasil assinou um acordo de cooperação com o governo americano. Os Estados Unidos concordaram em financiar a construção da primeira usina siderúrgica brasileira, a de Volta Redonda, em troca do uso de bases militares no nordeste do país por tropas americanas. Getúlio Vargas e o presidente americano Franklin D. Roosevelt se encontraram em 1936
Os Estados Unidos acompanharam de perto a conspiração e o desenrolar do golpe militar de 1964, no Brasil. Temeroso de que o Brasil pudesse se transformar num gigante comunista na América Latina, por conta do crescente número de grupos de esquerda no País, o diplomata Abraham Lincoln Gordon, ex-embaixador dos Estados Unidos no Brasil, que morreu em 2009, recomendou ao governo norte-americano que apoiasse os militares golpistas. Ele chegou a articular uma possível ajuda militar ao golpe, que não chegou a se concretizar. Dois anos antes do golpe, os presidentes do Brasil, João Goulart, e dos Estados Unidos, John Kennedy, se encontraram em Washington
Durante seu segundo mandado (1998-2002), o presidente Fernando Henrique Cardoso optou pela privatização de várias estatais brasileiras, como a Companhia Vale do Rio Doce (empresa do setor de mineração e siderurgia), a Telebrás (empresa de telecomunicações) e o Banespa (banco pertencente ao governo do estado de São Paulo), se ajustando aos interesses e se mantendo em harmonia com a doutrina do governo norte-americano. Fernando Henrique Cardoso foi o último presidente brasileiro a fazer visita de Estado aos Estados Unidos, em 1995, quando se encontrou com Bill e Hillary Clinton
Luiz Inácio Lula da Silva, eleito presidente do Brasil em 2002, foi criticado pelo governo americano por defender o direito do Irã de desenvolver um programa nuclear "para fins pacíficos", durante a visita do presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, ao Brasil, em 2009. O presidente brasileiro encorajou, na época, o líder iraniano a continuar as conversas com "países interessados, de modo a encontrar uma solução justa e equilibrada para a questão nuclear iraniana"
Lula também recebeu críticas por se relacionar com líderes que desafiaram e se opuseram à política externa dos Estados Unidos, como Fidel Castro e Hugo Chávez. Durante seus 14 anos como presidente da Venezuela, Chávez contribuiu decisivamente com a economia cubana, fornecendo dinheiro e petróleo em quantidades que ajudaram a ilha comunista a superar a crise provocada pelo fim da União Soviética, em 1991, e pelo embargo que sofre desde então pelo governo americano

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Documentos entregues pelo ex-analista da NSA (Agência de Segurança dos EUA), Edward Snowden (foto), ao jornalista americano Glenn Greenwald, colunista do jornal britânico The Guardian que vive no Rio de Janeiro, revelam que o órgão espionou as comunicações da presidente Dilma Rousseff, além da maior empresa brasileira, a Petrobras. O caso vem estremecendo as relações de quase 200 anos entre Brasil e Estados Unidos. Os dois países tiveram diversos momentos de afinidades e desentendimentos desde a Independência do Brasil até os dias de hoje. Veja mais nas imagens a seguir
Os documentos da espionagem americana mostram que a maior empresa brasileira, a Petrobras, também foi alvo de espionagem. Segundo Dilma, se a denúncia for confirmada, comprovará que o governo norte-americano também realiza espionagens por interesses “econômicos e estratégicos” e não apenas para combater o terrorismo. A presidente falou com jornalistas durante o encontro do G20 em São Petesburgo, na Rússia. Ela afirmou que Obama assumiu a responsabilidade integral pela espionagem e se comprometeu a investigar pessoalmente o caso, após se encontrarem em um jantar informal no dia 5 de setembro
Na última terça-feira (17), porém, a espionagem motivou o adiamento da visita oficial de Dilma a Obama em Washington, em outubro. A decisão foi motivada pela insatisfação da presidente com a apuração das denúncias. O assunto chegou a ser discutido por ela e pelo presidente norte-americano na noite de segunda-feira (16). Apesar do adiamento da visita, a Presidência ressaltou, em comunicado, a importância da parceria estratégica com os EUA, mas condenou a prática da espionagem, que , de acordo com o texto "constitui fato grave, atentatório à soberania nacional e aos direitos individuais, e incompatível com a convivência democrática entre países amigos". 
O comunicado finaliza dizendo que Dilma vai fazer a visita assim que as denúncias sejam esclarecidas. "O governo brasileiro confia em que, uma vez resolvida a questão de maneira adequada, a visita de Estado ocorra no mais breve prazo possível, impulsionando a construção de nossa parceria estratégica a patamares ainda mais altos".
O bom e longo relacionamento entre os dois países começou logo após a independência do Brasil. Em 1822, Dom Pedro 1º proclamou a Independência do País, que se tornou um império separado de Portugal. No entanto, além da declaração feita às margens do rio Ipiranga, em São Paulo, era necessário reconhecimento de outras nações. Os Estados Unidos foram os primeiros a reconhecer a Independência do Brasil, em maio de 1824. O país se colocava a favor da independência de todas as colônias da América. No mesmo ano, Dom Pedro enviou um diplomata brasileiro aos Estados Unidos para tratar das relações comerciais entre os dois países
Dom Pedro 2º (à dir), que assumiu o posto de imperador do Brasil após a abdicação do pai, foi o primeiro chefe de Estado brasileiro a se encontrar com um presidente americano, Ulysses Grant (à esq.), em uma visita não oficial aos Estados Unidos
Durante os primeiros anos da 1ª Guerra Mundial, o Brasil adotou uma postura neutra no conflito. A situação começou a mudar quando duas embarcações brasileiras foram atacadas por forças alemãs, que eram instruídas a abater qualquer navio que entrasse nas zonas de bloqueio estabelecidas pela Alemanha. Nesta época, o presidente Venceslau Brás (foto) firmou aliança com os países da Tríplice Entente (Estados Unidos, Inglaterra e França), em oposição ao grupo da Tríplice Aliança, formada pelo Império Austro-húngaro, Alemanha e Império Turco-otomano. O apoio brasileiro às tropas americanas e seus aliados teve maior presença com o envio de suprimentos agrícolas e matéria-prima procurada pelas nações em conflito. O governo também enviou alguns pilotos de avião, ofereceu navios militares e apoio médico
A 2ª Guerra Mundial colocou em lados opostos as grandes potências mundiais da época. De um lado estavam Alemanha, Japão e Itália (o Eixo), e do outro se encontravam Estados Unidos, França e Inglaterra (os Aliados). A princípio, a posição do Brasil foi de neutralidade, mas depois de alguns ataques a navios brasileiros, por tropas alemãs, o governo de Getúlio Vargas decidiu entrar na guerra, unindo-se aos Estados Unidos. Acima, soldados brasileiros se preparando para a guerra
Com isso, o Brasil se aliava novamente aos Estados Unidos, buscando ampliar seu prestígio político e reforçar sua aliança com os militares norte-americanos. Na imagem acima, brasileiros saem às ruas do Rio de Janeiro para apoiar a entrada do país na guerra
No decorrer do conflito, o Brasil assinou um acordo de cooperação com o governo americano. Os Estados Unidos concordaram em financiar a construção da primeira usina siderúrgica brasileira, a de Volta Redonda, em troca do uso de bases militares no nordeste do país por tropas americanas. Getúlio Vargas e o presidente americano Franklin D. Roosevelt se encontraram em 1936
Os Estados Unidos acompanharam de perto a conspiração e o desenrolar do golpe militar de 1964, no Brasil. Temeroso de que o Brasil pudesse se transformar num gigante comunista na América Latina, por conta do crescente número de grupos de esquerda no País, o diplomata Abraham Lincoln Gordon, ex-embaixador dos Estados Unidos no Brasil, que morreu em 2009, recomendou ao governo norte-americano que apoiasse os militares golpistas. Ele chegou a articular uma possível ajuda militar ao golpe, que não chegou a se concretizar. Dois anos antes do golpe, os presidentes do Brasil, João Goulart, e dos Estados Unidos, John Kennedy, se encontraram em Washington
Durante seu segundo mandado (1998-2002), o presidente Fernando Henrique Cardoso optou pela privatização de várias estatais brasileiras, como a Companhia Vale do Rio Doce (empresa do setor de mineração e siderurgia), a Telebrás (empresa de telecomunicações) e o Banespa (banco pertencente ao governo do estado de São Paulo), se ajustando aos interesses e se mantendo em harmonia com a doutrina do governo norte-americano. Fernando Henrique Cardoso foi o último presidente brasileiro a fazer visita de Estado aos Estados Unidos, em 1995, quando se encontrou com Bill e Hillary Clinton
Luiz Inácio Lula da Silva, eleito presidente do Brasil em 2002, foi criticado pelo governo americano por defender o direito do Irã de desenvolver um programa nuclear "para fins pacíficos", durante a visita do presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, ao Brasil, em 2009. O presidente brasileiro encorajou, na época, o líder iraniano a continuar as conversas com "países interessados, de modo a encontrar uma solução justa e equilibrada para a questão nuclear iraniana"
Lula também recebeu críticas por se relacionar com líderes que desafiaram e se opuseram à política externa dos Estados Unidos, como Fidel Castro e Hugo Chávez. Durante seus 14 anos como presidente da Venezuela, Chávez contribuiu decisivamente com a economia cubana, fornecendo dinheiro e petróleo em quantidades que ajudaram a ilha comunista a superar a crise provocada pelo fim da União Soviética, em 1991, e pelo embargo que sofre desde então pelo governo americano

Documentos entregues pelo ex-analista da NSA (Agência de Segurança dos EUA), Edward Snowden (foto), ao jornalista americano Glenn Greenwald, colunista do jornal britânico The Guardian que vive no Rio de Janeiro, revelam que o órgão espionou as comunica...

Documentos entregues pelo ex-analista da NSA (Agência de Segurança dos EUA), Edward Snowden (foto), ao jornalista americano Glenn Greenwald, colunista do jornal britânico The Guardian que vive no Rio de Janeiro, revelam que o órgão espionou as comunicações da presidente Dilma Rousseff, além da maior empresa brasileira, a Petrobras. O caso vem estremecendo as relações de quase 200 anos entre Brasil e Estados Unidos. Os dois países tiveram diversos momentos de afinidades e desentendimentos desde a Independência do Brasil até os dias de hoje. Veja mais nas imagens a seguir

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