Em um dos piores episódios de xenofobia na África do Sul das
últimas décadas, dois estrangeiros e três sul-africanos morreram em uma onda de
ataques na região costeira de Durban, cidade que foi uma das sedes da Copa do
Mundo de 2010. Uma das vítimas é uma criança de 14 anos
(Atenção: As imagens a seguir são fortes)
Reprodução/ Mail&Guardian
Os ataques foram motivados por acusações recorrentes de
setores da sociedade sul-africana de que os imigrantes supostamente estariam
tirando os empregos dos nascidos no país. Diversas pessoas ficaram feridas
Reprodução/ News24
Na internet, foram postados diversos vídeos e fotos das vítimas, que foram, em sua maioria, feridas por ataques de facão e queimadas por gasolina. As imagens são fortes
Reprodução/ Facebook
Protestos e revolta tomaram conta das ruas da região após os
acontecimentos. Tanto imigrantes quanto moradores foram às ruas, muitos deles
com armas brancas nas mãos. A polícia disparou balas de borracha para tentar
dispersar as multidões
Rogan Ward/ Reuters
Recentemente, Goodwill Zwelithini, figura de destaque da
etnia zulu, declarou que os estrangeiros deveriam sair do país
Reprodução/ Facebook
Na maior cidade da África do Sul, Johannesburgo, o comércio fechou as portas na quarta-feira (15), por conta de boatos espalhados por meio de mensagens de texto que diziam que haveriam mais ataques a estrangeiros na região
Reprodução/ Facebook
"O povo Zulu está vindo para a cidade... para matar
todos os estrangeiros", dizia a mensagem enviada a imigrantes donos de
comércio. Diversas batidas policiais foram realizadas em Johannesburgo
Reprodução/ Mail&Guardian
- "Eu emprego sul-africanos, tenho mais de 20 pessoas
trabalhando comigo. Não entendo por que eles não querem estrangeiros aqui. Eles
têm que nos proteger, não nos matar como animais", disse à Reuters o
imigrante Alhaji King, dono de um comércio na cidade
Reprodução/ Mail&Guardian
Diversos estrangeiros que foram perseguidos durante a onda
de violência fugiram de suas casas e se instalaram em comunidades como esta em
Isipingo, cidade ao sul de Durban
Rogan Ward/ Reuters
Até o momento, o Malawi é o único país que decidiu repatriar
seus cidadãos que estão na África do Sul. O ministro da Informação Kondwani
Nankhumwa disse que o primeiro grupo voltaria ao país no fim de semana, segundo
informações da BBC
Rogan Ward/ Reuters
Sul-africanos de diversas etnias e regiões foram às redes
sociais protestar contra a xenofobia após os ataques. As hashtags #saynotoxenophobia,
#xenophobiamustfall e #notinmyname estão sendo utilizadas para
demonstrar repúdio aos atos
Reprodução/ Twitter
Casos semelhantes de xenofobia aconteceram no país em
janeiro deste ano, quando quatro pessoas morreram durante uma onda de violência
direcionada a imigrantes donos de comércios em Johannesburgo
Reprodução/ Mail&Guardian
"A frustração ou o medo não podem justificar ataques assim", declarou o presidente sul-africano, Jacob Zuma, na Cidade do Cabo nesta quinta-feira (16). Ele também disse ter "simpatia" pelas questões colocadas pelos manifestantes sul-africanos relacionadas à imigração ilegal