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O peso simbólico da Rainha Elizabeth II, que faleceu nesta quinta-feira (8), muitas vezes se revelou em suas viagens oficiais
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Em 1964, em sua primeira visita como rainha do Canadá, uma multidão "não muito convidativa" a esperava do lado de fora da residência do vice-governador, escreveu a AFP. "Um grupo de jovens, na calçada, virou as costas". As manifestações de grupos separatistas foram duramente reprimidas.
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Em 1990, enquanto o país passava por uma nova crise constitucional ligada ao Quebec, a rainha fez um discurso no Parlamento escrito por ela e assessores próximos. "Espero sinceramente que os canadenses se unam e permaneçam juntos, em vez de insistir em diferenças que só irão semear novas sementes de divisão", disse
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Em 27 de maio de 1965, mais de um milhão de berlinenses foram receber a rainha durante sua visita de seis horas à cidade dividida. "Com sua presença e o entusiasmo que desencadeou, Elizabeth II, apesar das repetidas afirmações do outro lado do muro, confirmou que Berlim Ocidental pertence à família ocidental", escreveu a AFP
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Em frente ao muro, o carro da soberana parou por cerca de três minutos. Ao contrário de outros convidados ilustres, Elizabeth II não deixou seu assento para subir à plataforma que permite ver o que acontece em Berlim Oriental, o que teria sido indigno da rainha", descreveu o jornalista
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Em 1977, a rainha comemorava o 25º aniversário de sua coroação e queria viajar para a Irlanda do Norte, dividida nos oito anos anteriores pelo conflito entre protestantes unionistas e católicos republicanos. Nos dias anteriores à sua chegada, objetos incendiários causaram centenas de milhares de libras em danos em Belfast
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Mais de 32.000 policiais e militares foram mobilizados na "Operação Monarca". Em 11 de agosto, a rainha visitou a Universidade de Coleraine, 80 km a noroeste de Belfast. Pouco antes de sua chegada, o IRA afirmou ter plantado uma bomba. Elizabeth II lançou um apelo fervoroso para restaurar a paz, convidando protestantes e católicos a acabar com a "violência sem sentido"
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Em 1991, Nelson Mandela, que acabara de ser libertado da prisão, foi convidado para a cúpula da Commonwealth em Harare, Zimbábue. Era então apenas o líder do partido do Congresso Nacional Africano, em um país ainda em plena transição democrática, e não tinha o posto para participar do banquete da rainha. Mas ela decidiu quebrar o protocolo e convidá-lo
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Nos dias que antecederam esse gesto altamente simbólico, Elizabeth II já havia abandonado suas reservas, congratulando-se com o fato de o apartheid estar "morrendo na África do Sul". No início dos anos 1980, a rainha apoiou discretamente o primeiro-ministro canadense Brian Mulroney, que fez campanha por sanções econômicas à África do Sul, às quais se opunham sua contraparte britânica, Margaret Thatcher
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