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Um ano após reunião histórica, relação entre Coreias segue tímida

Tecnicamente, continua só acordo de trégua estabelecido em 1953. Conversas com Donald Trump e programa nuclear de Kim Jong-un são impasses

Internacional|Do R7

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Há exatamente um ano, o mundo acompanhou atento ao primeiro encontro de alto nível entre os líderes da Coreia do Norte e do Sul em mais de uma década. No dia 27 de abril de 2018, Kim Jong-un e Moon Jae-in trocaram um aperto de mãos na Zona Desmilitarizada entre os países e prometeram um tratado de paz para encerrar oficialmente a Guerra da Coreia (1950-1953)
Doze meses depois da reunião, é consenso entre os analistas internacionais que, na prática, são tímidos os avanços que dizem respeito à reconstrução oficial das relações entre o Sul e o Norte. Tecnicamente, as Coreias continuam em guerra, já que não houve a assinatura de nenhum acordo até o fim de 2018 — o que ainda existe, apesar de todos os esforços, é um armistício estabelecido em 1953
Para Leonardo Paz, professor no Departamento de Relações Internacionais no Ibmec (Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais), já era possível prever, um ano atrás, que o tratado de paz não sairia tão cedo: “Mesmo Kim Jong-un e Moon Jae-in sempre deixaram claro que este seria um processo longo e cheio de negociações. Se uma solução aparecesse tão rápido, é provável que não tivesse sustentabilidade, sem ideias muito maduras”, aponta
O especialista do Ibmec reforça que, no último ano, foi possível observar que “todo este processo de negociação de paz entre as Coreias vai a reboque de tratativas com o presidente dos Estados Unidos”. O governo norte-americano ainda é o grande responsável pelas sanções internacionais atualmente impostas à Coreia do Norte
Donald Trump e Kim Jong-un chegaram a se encontrar pessoalmente duas vezes nos últimos doze meses. “A primeira reunião histórica, em Singapura, foi tida como sucesso e terminou com um acordo de cooperação entre os dois países. Já a segunda, em Hanói, no Vietnã, foi aparentemente malsucedida. Acabou de forma abrupta com o presidente americano alegando certa inflexibilidade por parte do líder norte-coreano”, relata Leonardo Paz
Na última semana, as manchetes chamaram atenção para o encontro entre Kim Jong-un e o presidente russo, Vladimir Putin — que disse considerar possível um acordo com Pyongyang sobre seu programa nuclear. Dos Estados Unidos, Donald Trump saudou o apoio de Putin em declaração na sexta-feira (16): “Muito progresso tem sido feito"
O professor Leonardo Paz acha improvável que Kim Jong-un abra mão completamente de seu programa nuclear em troca do alívio de sanções: “Há precedentes negativos na história recente que podem levar o líder coreano a acreditar que as armas nucleares são a garantia de que o país não será atacado. O Iraque, por exemplo, desistiu de seu projeto de armas químicas e foi invadido. Além disso, as sanções já fazem parte da rotina no país”, relembra
De fato, a imprensa internacional chegou a publicar no último mês de novembro que a Coreia do Norte mantém bases de mísseis não declaradas em funcionamento. Registros feitos por satélite mostram que houve manutenção e melhoras de infraestrutura em alguns locais, apesar das conversas em processo. Kim Jong-un reforça, entretanto, que continua aberto a um terceiro encontro com Donald Trump
A relação entre as Coreias e a promessa de reunião das famílias que foram separadas pela guerra, por sua vez, também viram poucos progressos nos últimos doze meses. “De qualquer forma, somente o fato de não ter havido retrocesso já é digno de nota. Percebemos um clima menos pesado entre Norte e Sul e a retórica entre Kim Jong-un e Moon Jae-in é bem mais leve. Isso mostra espaço para novas ideias”, pontua Leonardo Paz
Armas nucleares — Os dois países possuem armas nucleares, mas com diferenças significativas em seus arsenais e capacidades. A Rússia, herdeira do arsenal nuclear da União Soviética, é uma das cinco potências nucleares mundiais, enquanto o a Coreia do Norte tem um arsenal bem menor e menos sofisticado. Ambos os países veem suas armas nucleares como instrumentos de dissuasão estratégica, mas a existência desses arsenais é fonte de tensão e preocupação internacional

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Há exatamente um ano, o mundo acompanhou atento ao primeiro encontro de alto nível entre os líderes da Coreia do Norte e do Sul em mais de uma década. No dia 27 de abril de 2018, Kim Jong-un e Moon Jae-in trocaram um aperto de mãos na Zona Desmilitarizada entre os países e prometeram um tratado de paz para encerrar oficialmente a Guerra da Coreia (1950-1953)
Doze meses depois da reunião, é consenso entre os analistas internacionais que, na prática, são tímidos os avanços que dizem respeito à reconstrução oficial das relações entre o Sul e o Norte. Tecnicamente, as Coreias continuam em guerra, já que não houve a assinatura de nenhum acordo até o fim de 2018 — o que ainda existe, apesar de todos os esforços, é um armistício estabelecido em 1953
Para Leonardo Paz, professor no Departamento de Relações Internacionais no Ibmec (Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais), já era possível prever, um ano atrás, que o tratado de paz não sairia tão cedo: “Mesmo Kim Jong-un e Moon Jae-in sempre deixaram claro que este seria um processo longo e cheio de negociações. Se uma solução aparecesse tão rápido, é provável que não tivesse sustentabilidade, sem ideias muito maduras”, aponta
O especialista do Ibmec reforça que, no último ano, foi possível observar que “todo este processo de negociação de paz entre as Coreias vai a reboque de tratativas com o presidente dos Estados Unidos”. O governo norte-americano ainda é o grande responsável pelas sanções internacionais atualmente impostas à Coreia do Norte
Donald Trump e Kim Jong-un chegaram a se encontrar pessoalmente duas vezes nos últimos doze meses. “A primeira reunião histórica, em Singapura, foi tida como sucesso e terminou com um acordo de cooperação entre os dois países. Já a segunda, em Hanói, no Vietnã, foi aparentemente malsucedida. Acabou de forma abrupta com o presidente americano alegando certa inflexibilidade por parte do líder norte-coreano”, relata Leonardo Paz
Na última semana, as manchetes chamaram atenção para o encontro entre Kim Jong-un e o presidente russo, Vladimir Putin — que disse considerar possível um acordo com Pyongyang sobre seu programa nuclear. Dos Estados Unidos, Donald Trump saudou o apoio de Putin em declaração na sexta-feira (16): “Muito progresso tem sido feito"
O professor Leonardo Paz acha improvável que Kim Jong-un abra mão completamente de seu programa nuclear em troca do alívio de sanções: “Há precedentes negativos na história recente que podem levar o líder coreano a acreditar que as armas nucleares são a garantia de que o país não será atacado. O Iraque, por exemplo, desistiu de seu projeto de armas químicas e foi invadido. Além disso, as sanções já fazem parte da rotina no país”, relembra
De fato, a imprensa internacional chegou a publicar no último mês de novembro que a Coreia do Norte mantém bases de mísseis não declaradas em funcionamento. Registros feitos por satélite mostram que houve manutenção e melhoras de infraestrutura em alguns locais, apesar das conversas em processo. Kim Jong-un reforça, entretanto, que continua aberto a um terceiro encontro com Donald Trump
A relação entre as Coreias e a promessa de reunião das famílias que foram separadas pela guerra, por sua vez, também viram poucos progressos nos últimos doze meses. “De qualquer forma, somente o fato de não ter havido retrocesso já é digno de nota. Percebemos um clima menos pesado entre Norte e Sul e a retórica entre Kim Jong-un e Moon Jae-in é bem mais leve. Isso mostra espaço para novas ideias”, pontua Leonardo Paz
Armas nucleares — Os dois países possuem armas nucleares, mas com diferenças significativas em seus arsenais e capacidades. A Rússia, herdeira do arsenal nuclear da União Soviética, é uma das cinco potências nucleares mundiais, enquanto o a Coreia do Norte tem um arsenal bem menor e menos sofisticado. Ambos os países veem suas armas nucleares como instrumentos de dissuasão estratégica, mas a existência desses arsenais é fonte de tensão e preocupação internacional

Há exatamente um ano, o mundo acompanhou atento ao primeiro encontro de alto nível entre os líderes da Coreia do Norte e do Sul em mais de uma década. No dia 27 de abril de 2018, Kim Jong-un e Moon Jae-in trocaram um aperto de mãos na Zona Desmilitarizada entre os países e prometeram um tratado de paz para encerrar oficialmente a Guerra da Coreia (1950-1953)

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