França devolverá obra de Klimt espoliada de família judia em 1938

A França irá devolver uma obra de arte de Gustav Klimt aos herdeiros de sua propietária mais de 80 anos após ela ser forçada a vender o quadro na era nazista, afirmou na segunda-feira (15) a ministra da Cultura Roselyne Bachelot.

"Roseiras Sob as Árvores", do pintor austríaco (1862-1918), será entregue à família de Nora Stiasny, vítima do Holocausto. A obra foi tirada dela durante uma venda forçada em agosto de 1938 na Áustria.

A tela é por enquanto inalienável por força da lei, uma vez que pertence às coleções nacionais da França. Mas "o governo apresentará um projeto de lei o mais rápido possível" para permitir essa restituição, disse a ministra em entrevista coletiva.

A França adquiriu a pintura para o Museu d'Orsay em 1980 sem conhecer a sua história. "A decisão que tomamos é, sem dúvida, difícil. Retira das coleções nacionais uma obra-prima que é a única pintura de Gustav Klimt que a França possuía. Porém esta decisão é necessária, indispensável. Oitenta e três anos depois da venda forçada desta pintura por Nora Stiasny, essa é a realização de um ato de justiça", disse Roselyne Bachelot.

"Nos últimos anos, sua verdadeira origem foi descoberta", o que levou a família a pedir sua devolução no final de 2019, explicou Bachelot.

"'Roseiras sob as árvores' é uma prova das vidas que uma vontade criminosa tentou fazer desaparecer de forma obstinada", comentou a ministra no Twitter.