Caso de assédio aconteceu dentro de ônibus em Paris
Wikimedia CommonsUm homem de 31 anos, que não foi identificado, foi o primeiro a ser condenado na nova lei sobre assédio sexual na França. A sentença foi divulgada na última terça-feira (25).
Ele terá de pagar uma multa de 300 euros (cerca de R$ 1.420), com base na legislação antiassédio que foi aprovada pelo Parlamento no mês passado. Ele também recebe uma pena de três meses de cadeia por agressão física.
Assédio no ônibus
Segundo a promotoria, o crime ocorreu na última quarta-feira (19). O homem estava bêbado entrou em um ônibus no subúrbio de Evry, ao sul de Paris.
Assim que subiu no veículo, ele passou a assediar uma passageira de 21 anos. Ele lhe deu um tapa nas nádegas, a chamou de "prostituta" e fez comentários sobre seus seios.
A vítima então conseguiu alertar o motorista do ônibus, que manteve as portas do veículo fechadas até que a polícia chegasse. Com isso, o agressor foi preso em flagrante.
Segundo a imprensa local, o Ministério da justiça francês confirmou que foi a primeira condenação por insultos sexistas da história do país.
Nova legislação surte efeito
A nova lei também prevê multas por outros tipos de comportamento inadequado, como comentários sobre as roupas ou aparência da mulher, cantadas, perguntas inadequadas e "upskirting" (quando alguém tira fotos por baixo de vestido ou saia de uma mulher sem seu consentimento).
Marlene Schiappa, ministra da Igualdade do país e principal responsável pela aprovação da lei, comemorou o resultado e parabenizou o motorista por ter agido rapidamente, em sua conta no Twitter.
"Primeira condenação por assédio sexual! Parabéns pela reação do motorista do ônibus e também pela aplicação da multa. Juntos podemos acabar com a violência sexual e sexista", escreveu a ministra.
Crescimento das denúncias
As denúncias de assédio dispararam na França este ano. De janeiro a julho deste ano, a polícia registrou cerca de 28 mil queixas contra esse tipo de crime, um aumento de 23% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo o Ministério do Interior.
Em julho, imagens de um homem agredindo uma mulher desconhecida no meio da rua depois que ela respondeu ao seu assédio chocaram o país e ajudaram na aprovação da nova lei.