Futuro das guerras terá soldado controlando um enxame de drones, diz especialista
Inteligência artificial e autonomia são apontadas como requisitos para escalar o uso de robôs no campo de batalha
Internacional|Do R7
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Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Um fabricante de armamentos da Ucrânia avalia que o futuro dos conflitos armados dependerá da capacidade de um único soldado controlar grandes enxames de drones de forma autônoma.
A projeção foi feita pelo CEO da empresa de defesa Ark Robotics em entrevista ao Business Insider, ao afirmar que o modelo atual, baseado em um operador por drone, não será sustentável nos próximos cenários de guerra.
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Segundo o executivo, identificado apenas como Achi por razões de segurança, a transição para sistemas em que um piloto comanda simultaneamente diversas aeronaves é uma condição “praticamente obrigatória” para o que ele chama de “guerra total de drones”. Para ele, enquanto a fabricação de equipamentos consegue ser rapidamente ampliada, a formação de operadores humanos não acompanha esse ritmo.
A Ark Robotics desenvolve robôs autônomos utilizados por mais de 20 brigadas ucranianas e trabalha em um sistema chamado Frontier, ainda em fase de protótipo. A proposta é permitir que milhares de drones aéreos e robôs terrestres, inclusive de outros fabricantes, operem de forma integrada, com mínima intervenção humana.
O avanço da tecnologia ocorre em meio a uma corrida global pela produção de drones de combate. Países envolvidos direta ou indiretamente no conflito, como Ucrânia, Rússia e também nações ocidentais, aceleram investimentos nesse tipo de armamento. Para o CEO da empresa ucraniana, não basta ter equipamentos sofisticados se eles não puderem ser colocados em campo em grande escala.
A guerra na Ucrânia já é considerada o conflito com maior uso de drones da história, com rápidas inovações nas capacidades desses sistemas. Observadores do Ocidente acompanham de perto as transformações, especialmente diante do temor de que a Rússia possa ampliar o confronto para além de suas fronteiras, envolvendo a Otan.
Especialistas destacam que enxames autônomos abririam um leque inédito de táticas militares. No entanto, ainda não há registro confirmado do uso em larga escala de grupos de drones totalmente autônomos, capazes de atuar no campo de batalha sem supervisão humana significativa, o que tornaria esse tipo de operação um divisor de águas.
No campo político, governos europeus começam a reagir. O ministro da Defesa da Suécia, Pål Jonson, afirmou ao Business Insider que o país identificou a importância dessa tecnologia ao observar a guerra e já trabalha em sistemas que permitiriam a um único soldado controlar até 100 drones. Ainda não há previsão para que esse recurso entre em operação.
Apesar desses esforços, Achi avalia que a autonomia em sistemas militares ainda é “superestimada” na prática atual, mas considera que o campo de batalha já mostrou que esse caminho é inevitável. Para ele, a Europa tem a vantagem do tempo para aprender com a experiência ucraniana, mas alerta que investimentos em tecnologias ultrapassadas podem comprometer o preparo para os conflitos do futuro.
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