Gasoduto Nord Stream 2 entre Rússia e Alemanha é concluído
Críticos do projeto afirmam que projeto aumentará a dependência energética europeia da Rússia, considerada um rival do Ocidente
Internacional|Do R7
O grupo russo Gazprom anunciou nesta sexta-feira (10) que o polêmico gasoduto Nord Stream 2 que liga Rússia e Alemanha está concluído, depois de ser afetado durante muito tempo por tensões geopolíticas e ameaças de sanções dos Estados Unidos.
O CEO da Gazprom Alexei Miller "declarou que esta manhã, às 8H45, no horário de Moscu (2H45 de Brasília), a construção do gasoduto Nord Stream 2 se foi totalmente concluída", afirmou a Gazprom em uma mensagem divulgada no aplicativo de mensagens Telegram.
O gasoduto submarino do Mar Báltico dobrará o fornecimento de gás russo para a Alemanha, principal promotora do projeto.
Mas para os críticos, tanto na Europa como nos Estados Unidos, o gasoduto aumentará a dependência energética europeia da Rússia, considerada um rival estratégico por muitos países ocidentais.
A chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente russo, Vladimir Putin, destacaram que o Nord Stream é um projeto puramente comercial, sem qualquer conotação política.
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O gasoduto, com capacidade de 55 bilhões de metros cúbicos de gás por ano, percorre 1.230 quilômetros sob o Mar Báltico, seguindo o mesmo trajeto de seu irmão gêmeo Nord Stream 1, ativo desde 2012.
Durante anos, o projeto provocou tensões entre Alemanha e Estados Unidos, mas também dentro da Europa.
A chegada ao poder de Joe Biden favoreceu o entendimento com a Alemanha no tema e encerrou as tensões.
O gasoduto também tem consequências para a Ucrânia, pois poderia privar o país de pelo menos 1,5 bilhão de dólares (cerca de R$ 7,8 bilhões) por ano que o país recebe atualmente pelo trânsito do gás russo por seu território para a Europa.
Merkel garantiu em agosto que seu país fará todo o possível para que o contrato entre Rússia e Ucrânia, que define o transporte de gás e expira em 2024, seja prolongado.
O presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, já afirmou que o Nord Stream 2 pode ser uma "arma geopolítica perigosa".