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Faixa de Gaza sofreu 16 anos de 'retrocesso no desenvolvimento', mostra relatório da ONU

Organização destaca que, mesmo antes da guerra, 80% da população do enclave palestino já dependia de ajuda internacional

Internacional|Do R7

Pessoas buscam sobreviventes nos escombros em Khan Younis
Pessoas buscam sobreviventes nos escombros em Khan Younis

A Faixa de Gaza sofreu 16 anos de retrocessos no desenvolvimento, alertaram as Nações Unidas num relatório publicado nesta quarta-feira (25), que salienta que as consequências econômicas do conflito entre o Hamas e Israel ainda não podem ser determinadas.

A Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) destaca que a economia de Gaza foi "sufocada" ao longo dos anos e que, antes da guerra, 80% da população já dependia de ajuda internacional.

"Desde que as restrições e os encerramentos começaram, Gaza sofreu 16 anos de reveses no desenvolvimento e na supressão do potencial humano e do direito ao desenvolvimento", afirmou a UNCTAD num relatório anual sobre a economia do território palestiniano.

Desde 2007, coincidindo com a ascensão ao poder do movimento islâmico palestino Hamas em Gaza, Israel bloqueou este estreito território, de 2,4 milhões de habitantes, por terra, mar e ar.


Embora o documento se concentre em 2022, os representantes da UNCTAD abordaram o conflito desencadeado após o sangrento ataque de 7 de outubro pelo Hamas numa conferência de imprensa.

Segundo as autoridades israelitas, o movimento islâmico matou mais de 1.400 pessoas e raptou mais de 220 reféns.


Israel respondeu com bombardeios implacáveis ​​sobre Gaza, matando mais de 6.500 pessoas, segundo o Hamas. Também cortou o fornecimento de água, alimentos, eletricidade e combustível a esse território sitiado.

"As consequências econômicas da atual crise humanitária em Gaza são impossíveis de determinar", mas serão necessárias "dezenas de milhares de milhões de dólares" para reparar a economia da Faixa, disse Richard Kozul-Wright, diretor da Divisão de Globalização, Estratégias e Desenvolvimento.


O relatório garante que 2022 já foi "um dos piores anos para os palestinos na história recente", mas "é óbvio que 2023 será ainda pior", disse Mutasim Elagraa, coordenador de assistência ao povo palestino na UNCTAD.

A ajuda internacional à economia palestina diminuiu de US$ 2 bilhões (R$ 10 bilhões) em 2008 para US$ 550 milhões (R$ 2,7 milhões) em 2022, o que tem "ramificações econômicas realmente sérias", acrescentou.

O relatório também revela que a economia palestina foi duramente atingida pela pandemia. O PIB per capita em 2022 foi 8,6% inferior ao de 2019, uma queda que sobe para 11,7% em Gaza .

A UNCTAD afirma que o desemprego era de 45% na Faixa de Gaza e de 13% na Cisjordânia, embora esses números tenham em conta apenas as pessoas que ainda procuram trabalho.

Este órgão apela ao fim do "círculo vicioso de destruição e reconstrução parcial" e à negociação de "uma solução pacífica baseada no direito internacional".

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