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Gêmeos morrem com diferença de 100 anos, vítimas de pandemias

Aos 100 anos, Philip Kahn morreu em Long Island, nesta semana, e familiares lembaram a morte de seu irmão gêmeo, por causa da gripe espanhola

Internacional|Eugenio Goussinsky, do R7

Philip doou suas fotografias
Philip doou suas fotografias Philip doou suas fotografias

Philip Kahn, de 100 anos, passou a sua existência inteira lembrando-se de seu irmão gêmeo, Samuel, que morreu com menos de um ano, por causa da gripe espanhola, em 1919.

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Pelos relatos de familiares, a vida de Philip, neste sentido, teve uma dupla missão. Viver bem, por ele e pelo irmão. Para, com um toque do destino, morrer de forma similar. Nesta semana, ele se foi, levado por outra pandemia, a da covid-19.

"Meu avô, durante toda a minha vida, sempre me contou sobre seu irmão gêmeo, Samuel, que havia morrido durante a pandemia de gripe espanhola", disse Warren Zysman, neto de Philip.

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Ele, que estava perto de completar 101 anos, morava em Long Island (NY) e teve uma vida atribulada, de lutas, conquistas e forte ligação com os Estados Unidos.

Foi condecorado pela Força Aérea da Segunda Guerra Mundial, após ser copiloto de missões em Iwo Jima, no Japão. Ele compartilhou a sua história doando suas fotos ao Museu Intrepid de Nova York.

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Mais tarde, como construtor elétrico, ele ajudou a erguer as Torres Gêmeas (outra coincidência) em Nova York, derrubadas no brutal atentado de 11 de setembro de 2001.

"Eu só quero dizer 'obrigado por tudo o que você fez por nós'", disse seu bisneto Elliot, 9 anos, no funeral, mantendo a distância por causa da pandemia. "Ele nos amou e nós o amamos da mesma forma."

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"Tudo o que sei é que ele era um grande homem", acrescentou Reese, 7 anos, outro bisneto, entrevistado pela CBS2.

"Ele sempre teve o lema de que a história sempre se repetiria e sabia que havia uma possibilidade de uma pandemia novamente", disse Zysman. "O lado positivo é que meu avô finalmente terá a oportunidade de conhecer seu irmão gêmeo depois de 100 anos."

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Sua filosofia de vida valorizava sempre o trabalho e a resistência diante das adversidades, segundo os parentes. Como ele fez em relação ao vazio deixado pela morte precoce do irmão.

Quando a doença o atingiu, era o momento de partir. Foi só por isso, segundo sua neta, dra. Corey Karlin-Zysman, chefe de divisão no hospital de Northwell Health, que ele deixou de resistir.

"Saber que ele tinha um irmão gêmeo que ele nunca conheceu devido a uma pandemia realmente o afetou. Ele sabia o que estava acontecendo, e definitivamente encaixou as peças e viu uma ironia nisso."

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