Giorgia Meloni diz que Rússia quer controlar áreas que não conquistou pela força

A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, afirmou que as exigências feitas pela Rússia nas negociações de paz são irrazoáveis. Segundo ela, Moscou exige o controle de áreas declaradas anexadas, que não conseguiu tomar o poder pelas forças armadas. A premiê ainda ressaltou que há grandes esforços para que o dinheiro russo arque com os custos e prejuízos da guerra, mas que tais medidas devem se basear em fundamentos jurídicos sólidos.

“Os russos são inflexíveis naquilo que eles desejam. Se você for ver, eles não mudaram a posição nem um pouco. Eles querem Luhansk, Donetsk, Zaporizhzhya e Kherson, e estão avançando nos oblasts de Kharkov e Dnepropetrovsk”, explica o especialista em segurança e estratégia internacional Ricardo Cabral, em entrevista ao Conexão Record News desta quarta (17).

Para ele, é muito improvável que o Kremlin aceite neste momento qualquer acordo de cessar-fogo. “A Rússia quer a desmilitarização da Ucrânia, quer a desnacificação, que significa colocar na ilegalidade todos os partidos nacionalistas. Ela não reconhece Zelensky como um ator político juridicamente sustentado pelas próprias leis ucranianas", acrescenta.

Ricardo Cabral ainda enfatiza que as concessões feitas por Donald Trump a Vladimir Putin não beneficiam “em nada” a Europa, ou a Ucrânia, ou os Estados Unidos, pontuando que há uma guerra “ideológica”, que tem ganhado influência mundial, contra a Europa.

“Eles identificam que a Europa se perdeu [...] rebaixaram o seu perfil político-estratégico e escolheram países aos quais eles vão ter a preferência das relações. Polônia, Hungria, Itália, Áustria, eles querem acabar com a União Europeia [...] a guerra contra a Europa é uma guerra ideológica, mas é uma guerra por aumento de influência, tornando a Europa cada vez mais subordinada aos Estados Unidos”, ressalta.

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