Governador da Flórida assina lei para retomar controle de área administrada pela Disney
Gigante do entretenimento governa área de 100 km² em Orlando, na qual realiza coleta de impostos e garante serviços públicos
Internacional|Do R7
O governador da Flórida, Ron DeSantis, assinou, nesta segunda-feira (27), uma lei para que o estado retome o controle administrativo e fiscal do território do parque de diversões Disney World, em Orlando, onde a gigante do entretenimento atuava como um governo local.
“Hoje o reino corporativo finalmente chega ao fim”, declarou DeSantis durante a assinatura da lei aprovada há duas semanas pelo Parlamento estadual.
“Esta legislação acaba com o status de autogoverno da Disney, faz com que a Disney viva sob as mesmas leis que todos os demais e garante que a Disney pague suas dívidas e sua parte justa de impostos”, acrescentou.
O político republicano e a empresa se desentenderam no ano passado quando a Disney criticou uma lei promovida por DeSantis que proíbe abordar questões relacionadas à orientação sexual e identidade de gênero nas escolas primárias da Flórida sem o consentimento dos pais.
Como represália por essas críticas, o governador assinou em abril uma lei para eliminar o distrito especial da Disney, que inclui o parque temático de Orlando, antes de junho de 2023.
A empresa, que emprega mais de 75 mil pessoas na Flórida, administra esse distrito de 100 km² como uma prefeitura local desde a década de 1960. Cobra impostos e garante serviços públicos essenciais, como coleta de lixo e tratamento de água.
A nova lei, que entra em vigor de imediato, não anula esse distrito especial, mas substitui a liderança. Desde já, o governo designará cinco membros para a junta de supervisores, que deverão ser aprovados pelo Senado estadual.
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A iniciativa contra a Disney se insere na batalha cultural travada nos últimos meses por DeSantis, de 44 anos, visto como um provável candidato à Casa Branca em 2024.
Por meses, os republicanos, liderados pelo governador da Flórida, atacaram veículos de imprensa, empresas e políticos democratas a quem acusam de querer impor a ideologia progressista aos demais.