Governo brasileiro comemora acordo de paz entre Israel e Hamas: ‘Deverá resultar em alívio efetivo’
Itamaraty reconhece o papel dos EUA para o cessar-fogo e defende implementação de um Estado palestino que coexista com Israel
Internacional|Luiza Marinho*, do R7, em Brasília
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Em comunicado nesta quinta-feira (9), o governo federal comemorou o anúncio de um cessar-fogo entre Israel e o grupo terrorista Hamas na Faixa de Gaza e reconheceu o “importante papel desempenhado pelos Estados Unidos” para a negociação (leia a nota completa no fim da matéria).
A manifestação do Brasil foi publicada depois de o grupo terrorista afirmar que chegou a um acordo para o fim da guerra em Gaza. Israel e os Estados Unidos ainda não comentaram o anúncio feito pelo Hamas.
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O Ministério das Relações Exteriores também destacou a atuação de países como Catar, Egito e Turquia no processo de mediação. O Itamaraty afirmou que o acordo, se efetivamente implementado, “deverá interromper os ataques israelenses contra Gaza”, que já deixaram ao menos 67 mil mortos e forçaram o deslocamento de quase 2 milhões de pessoas.
O governo reafirmou a defesa da chamada “solução de dois Estados” como caminho para uma paz duradoura no Oriente Médio — com a criação de um Estado palestino independente e viável, coexistindo com Israel “em paz e segurança”, dentro das fronteiras de 1967 e com Jerusalém Oriental como capital.
Negociações
As negociações para o fim da guerra preveem cessar-fogo imediato, libertação de reféns e prisioneiros e retirada parcial das tropas israelenses do território palestino.
O anúncio ocorre dois anos após o ataque dos terroristas do Hamas ao sul de Israel, em 7 de outubro de 2023, que deixou 1.200 mortos e 251 reféns.
Desde então, a ofensiva israelense matou ao menos 67 mil pessoas em Gaza, segundo o Ministério da Saúde local, administrado pelo Hamas.
De acordo com o Khalil al-Hayya, um dos líderes do grupo terrorista, os Estados Unidos e os outros países mediadores deram garantias que o acordo assinado na quarta-feira (8) com Israel será cumprido, com o encerramento do conflito e um cessar-fogo permanente.
Segundo o negociador do grupo terrorista, 250 palestinos que foram condenados à prisão perpétua em Israel serão libertados como parte do acordo, além de 1.700 prisioneiros de Gaza que foram presos depois de 7 de outubro.
Hayya declarou que o acordo também prevê entrada de ajuda humanitária e a reabertura da passagem de Rafah.
Comunicado do Ministério das Relações Exteriores
O governo brasileiro saúda o anúncio de acordo entre Israel e o Hamas para novo cessar-fogo na Faixa de Gaza, no Estado da Palestina, por meio da implementação da primeira fase de plano para pôr fim ao conflito, transcorridos dois anos de seu início. Reconhece, nesse contexto, o importante papel desempenhado pelos Estados Unidos e valoriza a atuação dos demais países mediadores: Catar, Egito e Turquia.
O acordo, caso venha a ser efetivamente implementado, deverá interromper os ataques israelenses contra Gaza, os quais provocaram mais de 67 mil mortes - com grande número de mulheres e crianças entre as vítimas -, o deslocamento forçado de quase dois milhões de moradores e devastação sem precedentes, com a destruição de grande parte da infraestrutura civil do território.
Deverá, ademais, garantir a libertação de todos os reféns remanescentes, em troca de prisioneiros palestinos, a entrada desimpedida de ajuda humanitária, e a retirada das tropas israelenses até linha acordada entre as partes, além de criar as condições para a imediata reconstrução de Gaza, com apoio da comunidade internacional.
O governo brasileiro ressalta a dimensão humanitária do acordo e enfatiza que o cessar-fogo deverá resultar em alívio efetivo para a população civil. Reitera a necessidade de assegurar acesso pleno, imediato, seguro e desimpedido da assistência humanitária e das equipes das Nações Unidas que atuam no terreno.
O Brasil exorta as partes a cumprirem todos os termos do acordo e a engajarem-se de boa-fé em negociações para assegurar a efetivação da retirada completa das forças israelenses de Gaza, o início do urgente processo de reconstrução da Faixa, sob coordenação e supervisão palestina, e a restauração da unidade político-geográfica da Palestina sob seu legítimo governo, em consonância com o direito inalienável de autodeterminação do povo palestino.
O Brasil reafirma a convicção de que uma paz justa, estável e duradoura no Oriente Médio passa pela implementação da solução de dois Estados, com um Estado da Palestina independente e viável, vivendo lado a lado com Israel, em paz e segurança, dentro das fronteiras de 1967, incluindo a Faixa de Gaza e a Cisjordânia, tendo Jerusalém Oriental como sua capital.
*Sob supervisão de Leonardo Meireles
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