Governo culpa Guaidó pelo apagão generalizado em Caracas
O Ministério Público anunciou que abriu uma investigação contra Guaidó pela sua suposta responsabilidade na crise elétrica que o país vive
Internacional|Da EFE
O governo de Nicolás Maduro culpou nesta terça-feira (12) o líder do parlamento, Juan Guaidó, por uma "explosão" ocorrida na subestação elétrica de Tacoa, situada no estado venezuelano de Vargas e que fornece eletricidade a Caracas e outros estados do país.
A acusação foi feita pelo ministro de Comunicação, Jorge Rodríguez, em uma declaração à imprensa sobre o blecaute ocorrido na quinta-feira (7) após uma "sabotagem" e "ataque cibernético" contra a principal hidrelétrica do país, El Guri, que abastece 70% da nação caribenha, que, além disso, também conta com termoelétricas.
Segundo Rodríguez, uma destas termoelétricas, a de Tacoa, sofreu uma explosão depois que lhe "cortaram o fornecimento de gás".
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"O senhor é tão psicopata, senhor Guaidó, que o senhor é deputado pelo estado vargas (...) e, sabendo que deixaria Caracas muito mais vulnerável, sabotou a central Tacoa", disse.
"Por que Tacoa? Porque na grande Caracas, que é a capital, onde vivem mais de cinco milhões de pessoas, o sistema é hidrelétrico e termoelétrico. Se esse blecaute tivesse acontecido por razões fortuitas acidentais (...) facilmente a grande Caracas teria podido alimentar-se de Tacoa", completou.
Além disso, acrescentou que este foi um dos ataques que o serviço elétrico sofreu enquanto tentavam "recuperá-lo" e que por isso demoraram mais para suspender o fornecimento.
A acusação de Rodríguez é feita depois que o Ministério Público anunciou que abriu uma investigação contra Guaidó pela sua suposta responsabilidade na crise elétrica que o país vive desde a quinta-feira passada.
No entanto, Guaidó, reconhecido como presidente interino da Venezuela por cerca de 50 países, atribuiu a crise elétrica ao Executivo de Maduro, a quem considera ilegítimo por ter vencido eleições tachadas de fraudulentas.
Os cortes elétricos são frequentes na Venezuela desde 2009, mas se acentuaram nos últimos anos, quando o país entrou em uma crise econômica que Maduro assegura ser resultado de uma "guerra" contra seu governo.