Governo da Índia confirma ataque aéreo a território paquistanês
Autoridades indianas afirmam que ação 'eliminou' um número significativo de terroristas, comandantes e jihadistas
Internacional|Da EFE
O governo da Índia confirmou o ataque ocorrido nesta terça-feira (26) com caças onde foram bombardeios acampamentos insurgentes dentro do território paquistanês, após o atentado que matou 42 policiais na Caxemira indiana e que foi reivindicado pelo grupo terrorista Jaish-e-Mohammed (JeM), com base no Paquistão.
As Forças Aéreas Indianas "atacaram de madrugada o maior campo de treinamento do Jaish-e-Mohammed em Balakot", na Caxemira sob o controle do Paquistão, afirmou o secretário das Relações Exteriores da Índia, Vijay Keshav Gokhale.
"Nesta operação foram eliminados um número significativo de terroristas, comandantes e jihadistas do JeM, que estavam sendo treinados para cometer novos ataques", explicou o secretário.
Gokhale, que apenas leu um comunicado sem responder a perguntas da imprensa, disse que o ataque foi realizado após receber "informações confiáveis de inteligência" afirmando que "o JeM estava planejando outros ataques terroristas suicidas em várias partes do país, e os guerrilheiros jihadistas estavam sendo treinados para esse propósito".
"Diante do perigo iminente, um ataque preventivo era absolutamente necessário", afirmou.
As instalações destruídas em Balakot durante as operações indianas foram chefiadas por Maulana Yousuf Azhar, também conhecido como Ustad Ghouri, cunhado de Masood Azhar, chefe do JeM, afirmou o secretário indiano.
A Índia, disse ele, decidiu realizar ações militares em território paquistanês depois de ter pedido a Islamabad, em reiteradas ocasiões, que tomasse medidas contra o JeM.
"O Paquistão não tomou medidas concretas para desmantelar a infraestrutura dos terroristas em solo paquistanês", disse.
Portanto, a Índia "está firmemente comprometida e resolvida a tomar todas as medidas necessárias para combater a ameaça do terrorismo".
Gokhale afirmou que a operação, que se desenvolveu em uma região montanhosa, foi planejada para evitar mortes de civis, e que "desde que aconteceu há apenas algumas horas" ainda são esperados mais detalhes sobre os resultados do ataque militar.
Por sua vez, o Paquistão acusou a Índia de violar seu espaço aéreo com caças de combate que lançaram explosivos, embora tenha afirmado que não houve vítimas ou danos, ao mesmo tempo onde afirma ter todo o direito a uma "resposta razoável" por esta "grave agressão".
"Após uma resposta efetiva da Força Aérea do Paquistão (caças indianos) descarregaram uma carga enquanto escapavam, que caiu em Balakot", na Caxemira sob controle do Paquistão, disse em sua conta no Twitter, o porta-voz do gabinete de comunicação do Exército paquistanês, o major-general Asif Ghafoor.
A ação militar da Índia é uma resposta ao atentado suicida com um veículo carregado de explosivos, ocorrido no último dia 14, onde morreram 42 policiais, e que foi reivindicado pelo JeM.