Governo da Turquia ordena a prisão de mais de mil dissidentes
Prisões fazem parte da repressão do governo à tentativa de golpe que o presidente Erdogan afirma ter sofrido em julho de 2016
Internacional|Fábio Fleury, do R7
O governo da Turquia ordenou a prisão de 1112 dissidentes ligados a uma tentativa de golpe de Estado que aconteceu em 2016. Segundo a CNN, durante esta terça-feira (12), cerca de 641 deles teriam sido presos, de acordo com fontes turcas.
Os indiciados teriam ligações com o clérigo Fettulah Gullen, que vive nos EUA e é acusado de ter tramado o golpe fracassado para derrubar o presidente Recep Tayyip Erdogan em julho de 2016. Os mandados de prisão foram cumpridos em 75 cidades e o número de prisões ainda pode aumentar.
Segundo a Anistia Internacional, a repressão ao suposto golpe — que inclui a perseguição a figuras públicas como o pivô Enes Kanter, que joga na NBA — já resultou na demissão de cerca de 130 mil pessoas de empregos no setor público.
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Em 15 de julho de 2016, uma facção das forças armadas da Turquia teria tentado derrubar Erdogan, que estava de férias em um balneário, por meio de um golpe. Tanques foram às ruas de Istambul e de Ancara, capital do país.
Um helicóptero militar foi roubado e depois derrubado por um caça. Cerca de 250 pessoas, na maioria civis, morreram durante a confusão que se seguiu durante a noite. No dia seguinte, Erdogan voltou à capital e retomou o controle.
Segundo uma investigação internacional, o golpe teria sido orquestrado pelo próprio presidente e setores das forças armadas para justificar as perseguições que se seguiram contra os opositores.
Gullen, que vive no estado norte-americano da Pensilvânia, sempre negou que tivesse planejado derrubar Erdogan.