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Greves de ferroviários da França já custaram 100 milhões de euros

Protestos contra reforma no serviço de trens devem durar até o final de junho, com paralisações semanais de dois dias

Internacional|Do R7

Serviço diminuiu para um terço do normal em Paris
Serviço diminuiu para um terço do normal em Paris

As ferrovias da França perderam cerca de 100 milhões de euros (equivelente a R$417 milhões) desde que uma série de greves teve início no dia 3 de abril, disse o presidente da estatal ferroviária SNCF nesta segunda-feira (9), quando uma terceira onda de paralisações interrompeu serviços.

Os sindicatos trabalhistas não dão sinal de que vacilarão em seu teste da determinação do presidente francês, Emmanuel Macron, para reestruturar o monopólio doméstico e aprovar uma série de reformas que diz serem vitais para a modernização econômica.

Guillaume Pepy, o chefe da SNCF, criticou as paralisações, que reduziram para um em cinco o número de trens de alta velocidade nesta segunda-feira.

O serviço diminuiu para um terço do normal na região de Paris, onde dois milhões de usuários dos transportes intermunicipais dependem dos trens todos os dias. Três de cada quatro trens internacionais estavam em operação.


"O direito à greve existe", disse Pepy à BFM TV. "Mas também o direito ao transporte."

Ele defendeu a reformulação que o governo Macron afirma ser crucial para a sobrevivência da SNCF depois que a rede doméstica estiver sujeita à concorrência, tal como determinado por um acordo que abrange toda a União Europeia.


Pepy disse que o transporte ferroviário de bens já foi liberalizado e que esta modalidade de negócio da SNCF encolheu em um terço desde então por esta carecer de reformas para se preparar para ela. O mesmo pode acontecer com a liberalização do transporte de passageiros, alertou.

Todos os sindicatos apoiam a greve, que deve durar até o final de junho, com paralisações em dois de cada cinco dias. Também houve uma interrupção em 22 de março, quando os ferroviários se uniram a uma greve de servidores civis.


Embora as centrais sindicais estejam por trás da ação, há diferenças profundas entre a CGT de raízes comunistas, que objeta em princípio às reformas do governo, e a moderada CFDT, que se opõe à maneira como Paris as está levando adiante.

O diretor da CGT, Philippe Martinez, disse que tecnicamente nada obriga Macron a acabar com o monopólio na SNCF.

Já o chefe da CFDT, Laurent Berger, cujas discórdias com a CGT são vistas como a maior esperança de Macron sair vitorioso, exigiu que o governo faça mais para implantar um novo acordo coletivo para todo o setor ferroviário.

Paris quer descartar um sistema por meio do qual contratos específicos da SNCF oferecem vagas vitalícias e vantagens como aumentos de salários anuais automáticos. Berger disse ser inconcebível fazê-lo sem um novo acordo coletivo.

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