Um ataque dramático e raro no mundo animal foi registrado na última segunda-feira (7), na costa sul da Austrália. Cerca de 60 orcas se uniram para perseguir e abater uma baleia-azul-pigmeia de aproximadamente 18 metros de comprimento nas águas do Bremer Canyon, região conhecida pela abundante vida marinha. A caçada durou cerca de 90 minutos e foi testemunhada por turistas e cientistas a bordo de embarcações de observação.“Estamos todos em choque. É algo muito brutal de assistir”, afirmou a bióloga marinha Jennah Tucker, da empresa Naturaliste Charters, especializada em expedições para avistamento de baleias. Segundo ela, o ataque mobilizou pelo menos cinco grupos familiares diferentes de orcas, que se revezaram para encurralar e, finalmente, matar a baleia.O episódio ganha destaque não apenas pelo número impressionante de orcas envolvidas — entre 20 e 30 delas se aglomeraram ao redor da presa no auge do ataque — mas também pelo fato de incluir filhotes no grupo, entre eles um com cerca de um mês de vida. “Mesmo sem dentes, o filhote nadava ao lado da mãe, aprendendo com o grupo. Eles participam desde cedo”, relatou Tucker.Predações de baleias-azuis por orcas são extremamente raras e têm sido documentadas poucas vezes ao redor do mundo. Apenas quatro desses eventos foram registrados no Bremer Canyon, segundo especialistas. A primeira confirmação científica de que orcas são capazes de matar baleias-azuis adultas ocorreu recentemente. Um estudo publicado em 2022 pela revista Marine Mammal Science descreveu, com base em imagens captadas em março de 2019 na mesma região, a primeira ocorrência documentada de uma matança de uma baleia-azul por orcas.Na ocasião, um grupo de até 14 orcas atacou um exemplar adulto, deixando ferimentos profundos no focinho e mutilações na barbatana dorsal da baleia. Desde então, outros dois ataques fatais contra filhotes foram registrados na área, em 2019 e 2021.O Bremer Canyon é um dos principais pontos do mundo para a observação de orcas. A temporada de avistamentos vai de janeiro a abril, quando centenas desses predadores marinhos se reúnem no local, atraídos pela abundância de presas como lulas gigantes e outras baleias. A atividade intensa de orcas chega a afastar outros grandes caçadores, como os tubarões-brancos, que abandonam temporariamente a área durante esse período.“Ver essas orcas virou um destino mundial”, destaca Jennah Tucker. “É uma oportunidade única de presenciar comportamentos naturais raramente observados em qualquer outro lugar.”Fique por dentro das principais notícias do dia no Brasil e no mundo. Siga o canal do R7, o portal de notícias da Record, no WhatsApp