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Grupo Wagner vai manter apoio à Rússia após morte do líder Yevgeny Prigozhin? Entenda

Chefe mercenário morreu após queda de avião nos arredores de Moscou e especula-se que Putin esteja envolvido no caso

Internacional|Sofia Pilagallo, do R7

Uma mulher presta homenagem a Yevgeny Prigozhin e Dmitry Utkin em memorial improvisado em Moscou
Uma mulher presta homenagem a Yevgeny Prigozhin e Dmitry Utkin em memorial improvisado em Moscou

A morte do líder do grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, um dos passageiros de avião que caiu na quarta-feira (23) nos arredores de Moscou, deixou dúvidas sobre o futuro do grupo paramilitar. Uma das principais dúvidas acerca do assunto é se os mercenários seguirão trabalhando para o governo de Vladimir Putin. Especulações apontam que o presidente da Rússia pode ter atacado ou sabotado a aeronave, embora tenha prometido uma investigação sobre o caso.

Segundo especialistas ouvidos pelo R7, o grupo Wagner deve continuar trabalhando para a Rússia na guerra contra a Ucrânia. Dificilmente o país vai abrir mão da experiência militar dos mercenários que, por sua vez, dependem do dinheiro russo.

O grupo, considerado ativo em outros 30 países, deve seguir atuando também em outros conflitos pelo mundo. Um grupo paramilitar nada mais é do que uma empresa de segurança privada, que trabalha mediante pagamento para defender os interesses do país contratante.

Para o doutor em Ciência Política e professor de Relações Internacionais Bruno Lima Rocha, o grupo Wagner seguirá em atividade, mas o que pode acontecer é eles mudarem o nome, como aconteceu com outros grupos mercenários, como a Atual Academi, antiga Black Water, que foi renomeada duas vezes depois de mudanças internas. No caso de uma eventual mudança de nome, Rocha acredita que o Wagner "pode vir a ter pouca evidência no futuro próximo".


Liderança

Outra dúvida se refere a quem chefiará a milícia. O professor de Relações Internacionais Roberto Uebel, da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing), aponta que há algumas especulações sobre quem poderia suceder o cargo de Prigozhin. Um deles é o general Andrey Averyanov, um dos mais altos responsáveis do GRU, que é a maior agência de inteligência estrangeira da Rússia.

Uebel acredita que "dificilmente" esta será uma "sucessão democrática", ou uma "decisão consensual", uma vez que o Wagner não tem transparência e a Rússia é um país autoritário.


Para o professor, há, inclusive, a possibilidade de o grupo Wagner se dividir e formar diferentes grupos paramilitares de menor tamanho. Caso exista, de fato, um enfraquecimento do Wagner, Putin deixará de contar com uma peça importante para o controle dos territórios ocupados na Ucrânia, o que pode mudar os rumos da guerra.

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Rocha acredita que o novo líder terá "perfil discreto", diferentemente de Prighozin. O ex-líder do grupo Wagner, que tinha o apelido de "ex-ladrão na lei", ficou preso por nove anos em uma penitencirária na antiga União Soviética após cometer pequenos delitos.


Independentemente do nome escolhido, Rocha afirma que a única certeza é de que o novo líder terá que passar pelo aval do ministro da Defesa da Rússia, Sergei Shoigu.

O critério de lealdade para com o presidente, Vladimir Putin já não é o único, dada a necessidade de o Kremlin e do exército russo manterem os grupos armados unidos em torno objetitvos comuns, como a guerra na Ucrânia.

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