Guaidó não deve convocar eleições, diz cientista político venezuelano
Andrés Bello, da Universidade Católica, também acredita que opositor será punido por ter descumprido a ordem que o proibia de sair da Venezuela
Internacional|Beatriz Sanz, do R7
O dispositivo constitucional que Juan Guaidó utilizou para se declarar presidente interino da Venezuela exige que ele convoque novas eleições em 30 dias. O prazo de Guaidó vence justamente neste sábado (23) e ele não chamou por novas eleições — o que já motivou críticas do presidente Nicolás Maduro.
Para o cientista político da Universidade Católica Andrés Bello, Benigno Alcorcón isso não vai acontecer em um curto período de tempo.
“Convocar uma eleição tem todo um processo prévio. Creio que se houvesse acordos para chamar eleições, então outras comissões já teriam sido convocadas”, explica.
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O professor tampouco acredita que Guaidó sofrerá alguma punição por ter descumprido a ordem judicial que o proibia de sair da Venezuela.
“Se ele fosse sofrer alguma punição, teria sido quando se declarou presidente”.
Ajuda humanitária poderia enfraquecer Maduro
Alguns pacotes de ajuda humanitária já conseguiram cruzar a fronteira e adentrar o território da Venezuela neste sábado (23).
Contudo, nenhum caminhão conseguiu transpor as fronteiras, seja na divisa com o Brasil, seja com a Colômbia.
Benigno Alcorcón acredita que, a depender da forma como a ajuda entre, o governo de Maduro pode se enfraquecer.
Atualmente, a principal sustentação do governo Maduro são as Forças Armadas, que estão garantido a integridade das fronteiras nesse momento.
“Se a ajuda humanitária passar [com a autorização das Forças Armadas] significa a desobediência dos setores militares às ordens de Maduro”, afirma Alcorcón.