Inteligência artificial é ‘massacrada’ em jogo de xadrez contra videogame dos anos 70; entenda como
IA confundia torres com bispos e ignorava ataques simples, afirma engenheiro que conduziu o experimento
Internacional|Do R7

O ChatGPT, uma das inteligências artificiais mais populares do mundo, foi incapaz de vencer uma partida de xadrez contra o Video Chess, um jogo lançado para o Atari 2600 há 46 anos. O experimento, conduzido pelo engenheiro de software Robert Caruso, revelou limitações importantes do modelo de IA quando aplicado a tarefas que exigem raciocínio espacial e lógica formal.
Durante a tentativa, o ChatGPT cometeu erros básicos, confundiu peças, perdeu o controle da posição no tabuleiro e chegou a pedir várias vezes para reiniciar a partida. O duelo, que durou 90 minutos, terminou com uma vitória fácil do videogame dos anos 70 sobre a IA mais famosa da atualidade.
“Achei que seria um passeio descontraído pela memória dos games retrô”, escreveu Caruso.
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O episódio gerou repercussão justamente por contrastar com casos em que supercomputadores derrotaram grandes mestres do xadrez, como ocorreu em 1997, quando o Deep Blue, da IBM, venceu Garry Kasparov, então campeão mundial.
“Tudo começou após uma conversa sobre a história da inteligência artificial no xadrez, que levou o próprio ChatGPT a se oferecer para jogar Atari Chess. A ideia era descobrir o quão rápido ele poderia vencer um jogo que só pensa de 1 a 2 jogadas à frente em um processador de 1,19 MHz”, afirmou o engenheiro.
A explicação está no tipo de tecnologia. O ChatGPT é um modelo de linguagem treinado para interpretar texto, gerar respostas e produzir conteúdo baseado em padrões linguísticos. Ele não foi projetado para jogar xadrez, controlar tabuleiros ou realizar cálculos de milhões de combinações possíveis. Enquanto motores de xadrez são feitos especificamente para esse fim, o ChatGPT prevê sequências de palavras, sem uma compreensão estrutural precisa de jogos ou de ambientes gráficos.
O próprio Caruso, que relatou a experiência em uma publicação no LinkedIn, descreveu o desempenho do ChatGPT como “desastroso”. Segundo ele, a IA confundia torres com bispos, ignorava ataques simples e não conseguia acompanhar a movimentação das peças no tabuleiro virtual.
“O ChatGPT cometeu erros suficientes para ser motivo de chacota em um clube de xadrez da terceira série. Enquanto isso, o humilde motor de 8 bits do Atari apenas fazia seu trabalho. Sem modelo de linguagem. Sem firulas. Apenas avaliação bruta do tabuleiro e teimosia de 1977”, concluiu Caruso no post.
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