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Internet de Cuba fica mais lenta com crescimento de usuários

Habitantes da ilha criticam serviço e dizem que não conseguem realizar atividades na rede mundial de computadores

Internacional|Do R7

Dados móveis foram liberados na ilha em um passado recente
Dados móveis foram liberados na ilha em um passado recente

O serviço de internet em Cuba, que nunca foi rápido no país que autorizou os dados celulares pela primeira vez há apenas cinco anos, diminuiu nos últimos meses e está levando a protestos de muitos moradores da ilha, que dizem que está afetando tanto o trabalho quanto o lazer.

A chefe da Etecsa, empresa estatal de telecomunicações que detém o monopólio do mercado no país, Tania Velázquez, disse recentemente à mídia estatal que um grande aumento de usuários em 2022 congestionou a infraestrutura já decrépita que precisa de modernização.

"Em 2022 registramos [...] mais de 1 milhão de novos usuários buscando acesso à internet", comenta Velázquez. Isso contribuiu para um aumento de 63% no volume de tráfego, reforçou, observando que a economia cambaleante de Cuba tornou impossível atualizar a tecnologia vital no mesmo ritmo.

A receita de telecomunicações de Cuba em moeda estrangeira começou a cair depois que Cuba desvalorizou o peso em janeiro de 2021, gerando um câmbio no mercado negro de às vezes oito vezes a taxa oficial.


Os cubanos que antes dependiam da família para recarregar as contas de internet do exterior usando moeda estrangeira trocada pela taxa oficial agora optam por trocar dólares no mercado negro, e depois compram dados de internet em pacotes de pesos.

Como resultado, a receita de Cuba em dólares derivada da "exportação" de serviços de telecomunicações e informação caiu 80% somente em 2021, de um pico de mais de 8 bilhões de dólares em 2020, segundo a agência nacional de estatísticas Onei. Os dados de 2022 ainda não estão disponíveis.


Desde então, a Etecsa lançou promoções para incentivar as compras fora de Cuba em dólares. "Estamos muito satisfeitos em oferecer (pacotes em pesos) que satisfaçam a maioria de nossos clientes, mas também é importante oferecer alternativas para atrair a moeda estrangeira que nos permite sustentar nosso serviço e fazê-lo com qualidade", disse Velasquez.

Assunto delicado

O governo de Cuba tem feito progressos no aumento do acesso online para os cidadãos desde 2013, quando a internet foi lançada ao público em geral por meio de um cabo de telecomunicações da Venezuela, mas ficar online ainda pode ser um assunto delicado.


Certos sites, incluindo alguns meios de comunicação, são inacessíveis de Cuba sem o uso de Redes Virtuais Privadas (VPNs), que permitem o contorno da censura.

Após protestos generalizados contra o governo em Cuba em julho de 2021, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, prometeu que o governo norte-americano trabalharia para tornar a internet mais acessível aos cubanos.

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Mas o governo Biden em 2022 propôs descartar um plano para instalar um novo cabo de telecomunicações submarino em Cuba, o que aumentaria significativamente a capacidade, citando preocupações de segurança nacional.

Desde então, o governo de Cuba anunciou outro projeto de cabo, chamado Arimao, que visa conectar Cuba à ilha caribenha de Martinica até abril.

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