Interpol descobre fraude em venda de máscaras na Europa
Dois integrantes da quadrilha foram presos, após usarem um site falso de empresa de máscaras para tirar dinheiro do governo alemão e outros
Internacional|Da EFE
Um esquema fraudulento de venda de máscaras, equipamento de proteção essencial durante a pandemia de coronavírus, envolvendo direta ou indiretamente cinco países europeus foi desmantelado, e dois suspeitos de integrar uma quadrilha foram presos na Holanda, anunciou nesta terça-feira (14) a Interpol, que comandou as investigações.
O caso surgiu em meados de março, quando autoridades da Alemanha fizeram uma encomenda de 15 milhões de euros (cerca de R$ 85 milhões) em máscaras a duas empresas, uma em Hamburgo e a outra em Zurique, na Suíça.
Porém, diante de problemas para consegui-las rapidamente por causa da escassez gerada pela crise do novo coronavírus, elas buscaram formas paralelas de garantir o abastecimento.
Indícios de fraude
Os problemas começaram com um endereço de e-mail e um site de uma empresa, aparentemente sediada na Espanha e que supostamente vendia máscaras — mais tarde foi comprovado que se tratava de um golpe, segundo a Interpol.
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Nas correspondências, os interlocutores que se fizeram passar por representantes desta empresa espanhola afirmaram inicialmente ter 10 milhões de máscaras, mas depois as promessas não foram cumpridas e eles propuseram colocar os compradores alemães em contato com outro fornecedor na Irlanda, que, por sua vez, os encaminhou para outro na Holanda.
Por meio deste último, foi fechado um acordo para a entrega de 1,5 milhão de máscaras por 1,5 milhão de euros (cerca de R$ 8,5 milhões). Os compradores prepararam a logística para buscá-las na Holanda e, paralelamente, fizeram a transferência bancária para a Irlanda.
Mas, pouco antes da data de entrega, receberam a mensagem de que o dinheiro não havia sido recebido e que uma transferência urgente de 880 mil euros (cerca de R$ 5 milhões) era necessária para os vendedores na Holanda garantirem o material.
Essa nova transferência foi feita, mas as máscaras não chegaram, e foi então que os compradores alemães perceberam a fraude e que, embora a empresa holandesa com a qual eles pensavam ter lidado existisse, o site tinha sido falsificado.
Os compradores então procuraram o banco onde fizeram o depósito, que por sua vez pediu ajuda à unidade de crimes financeiros da Interpol na tentativa de rastrear o dinheiro.
A partir desse procedimento, as autoridades irlandesas conseguiram congelar a quantia de 1,5 milhão de euros transferida para o país e identificar a empresa envolvida.
Por sua vez, a Holanda encontrou o rastro dos 880 mil euros da segunda transferência, dos quais 500 mil tinham sido repassados a uma conta no Reino Unido e, de lá, para outra na Nigéria
O alerta permitiu que o banco britânico receptor cancelasse a transação e devolvesse o dinheiro.