Irã continua a cumprir restrições do acordo nuclear, aponta relatório
Desde último relatório da ONU, país manteve níveis de enriquecimento de urânio abaixo dos permitidos em pureza e quantidade máxima
Internacional|Da EFE
O Irã segue cumprindo até o momento as restrições estabelecidas pelo acordo nuclear assinado em 2015, embora tenha anunciado há três semanas que abandonaria parte das obrigações, informou nesta sexta-feira (31) a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) em Viena, na Áustria.
Desde o último relatório dos especialistas da ONU, elaborado no dia 22 de fevereiro, o país manteve os níveis de enriquecimento de urânio abaixo dos permitidos em pureza (3,67%) e quantidade máxima (300 quilos).
Além disso, as reservas de água pesada, que serve para produzir plutônio, um material que pode ser utilizado para uma bomba nuclear, segue abaixo das 130 toneladas permitidas pelo chamado Plano Conjunto de Ação (JCPOA, na sigla em inglês).
O relatório de seis páginas destaca de forma explícita que o Irã "não enriqueceu urânio acima de 3,67%". A esse nível, o urânio enriquecido serve apenas para fabricar combustível nuclear, com fins civis e pacíficos, enquanto a partir de 90% é possível sua utilização com objetivos militares.
"Ao longo do período de relatório, as reservas totais de urânio enriquecido não superaram os 300 quilos", afirmaram os especialistas da AIEA, encarregados de monitorar o cumprimento do acordo.
O Irã aumentou levemente o nível das reservas de urânio enriquecido, ainda dentro do limite permitido, ao passar de 163,8 quilos em fevereiro para 174,1 em 20 de maio.
Por outro lado, o país segue aplicando de forma voluntária o chamado "protocolo adicional" do Tratado de Não Proliferação de armas nucleares (TNP), que permite inspeções sem aviso prévio, inclusive em instalações militares.
Em geral, o relatório confirma que o Irã segue cumprindo todos os pontos do acordo assinado em 2015 com Alemanha, China, Estados Unidos, França, Reino Unido e Rússia. O pacto, negociado durante quase dois anos, estipula limitações ao programa atômico iraniano por períodos de entre dez e 25 anos.