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Irã convoca embaixador francês por concurso da revista Charlie Hebdo

Publicação da França, alvo de ataque terrorista em 2015, promoveu uma competição de caricaturas do líder supremo iraniano

Internacional|Do R7

Irã deseja explicações das autoridades francesas no país
Irã deseja explicações das autoridades francesas no país

O Ministério das Relações Exteriores do Irã convocou nesta quarta-feira (4) o embaixador da França em Teerã, Nicolas Roche, e expressou forte protesto contra a decisão da revista francesa Charlie Hebdo de abrir um concurso de caricaturas do líder supremo iraniano, Ali Khamenei.

O porta-voz de Exteriores iraniano, Nasser Kanani, disse a Roche que "o Irã de forma alguma aceita insultos contra suas santidades e valores islâmicos, religiosos e nacionais e a França não tem o direito de justificar insultos contra os valores sagrados de outros países e nações sob o pretexto da liberdade de expressão", informou a pasta em comunicado.

Kanani também afirmou que a República Islâmica do Irã responsabiliza o governo francês pelas consequências desse ato e "se reserva o direito de responder proporcionalmente".

O diplomata também explicou que o Ministério das Relações Exteriores iraniano apresentou o protesto oficial sobre o assunto ao embaixador francês e acrescentou que "o Irã aguarda a explicação e a ação compensatória do governo francês como condenação ao comportamento inaceitável da revista".


A revista francesa recordou nesta quarta-feira no Twitter que no dia 8 de dezembro lançou um concurso de caricaturas do líder supremo iraniano, como símbolo da repressão contra as mulheres naquele país, que há meses registra uma onda de protestos sociais.

A publicação, que em 2015 sofreu um atentado com 12 mortos em represália à divulgação de caricaturas de Maomé, afirma ter recebido mais de 300 desenhos e milhares de ameaças após o lançamento do concurso.


Os protestos começaram no Irã em meados de setembro, após a morte de uma jovem de 22 anos sob custódia policial por usar o lenço islâmico de forma incorreta.

Pelo menos 2.000 pessoas foram acusadas pela Justiça iraniana de vários crimes pela participação nas mobilizações, das quais duas foram executadas em dezembro.

Segundo várias ONGs, mais de 450 pessoas morreram nos últimos meses no Irã em diferentes manifestações de protesto, que foram fortemente reprimidas pela polícia.

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