Irã convoca embaixador suíço para discutir declarações de Trump
O embaixador suíço em Teerã representa os interesses dos Estados Unidos e disse que vai transmitir os protestos ao governo dos EUA
Internacional|Da EFE
O Ministério de Relações Exteriores do Irã convocou novamente neste domingo (5) o embaixador suíço em Teerã, que representa os interesses dos Estados Unidos, para protestar contra as últimas ameaças do presidente americano, Donald Trump, e para dizer que se reserva o direito de responder.
"As declarações hostis e ameaçadoras do presidente dos EUA são inaceitáveis e violam completamente as regras internacionais", disse o vice-ministro de Relações Exteriores, Abas Araqchi, ao embaixador suíço Markus Leitner.
Trump afirmou ontem (4) à noite no Twitter que tem na mira 52 alvos no Irã em caso de possível retaliação ao assassinato do general Qasem Soleimani, comandante da Força Quds, divisão de elite da Guarda Revolucionária iraniana.
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O presidente dos EUA afirmou que o país selecionou como alvos locais de grande importância para o Irã e a cultura iraniana, embora a destruição deliberada de um patrimônio histórico seja considerada um crime de guerra pelas Nações Unidas.
Tal ameaça lembra, segundo Araqchi, a invasão da etnia mongol e as ações de grupos terroristas como o Estado Islâmico na destruição de locais culturais e históricos.
"A República Islâmica do Irã não aceitará estar sob qualquer ameaça ou intimidação e está pronta para responder com determinação a qualquer ameaça ou ação contra a sua segurança e integridade territorial", enfatizou o vice-ministro.
"O Irã reserva seu direito indiscutível de responder ao assassinato do mártir Qasem Soleimani em um momento e local que considere apropriado", acrescentou.
O embaixador suíço, que já havia sido convocado na última sexta-feira (3), prometeu transmitir os protestos o mais rápido possível ao governo dos EUA.
A Suíça representa os interesses americanos no Irã devido à ausência de relações diplomáticas entre os dois países, o que acontece desde abrir de 1980, meses depois da tomada da embaixada dos EUA em Teerã.