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Dizer que 2020 foi intenso e repleto de acontecimentos históricos é, no mínimo, um eufemismo. Um ano que começou com o assassinato do mais importante militar iraniano e, por pouco, não desembocou em uma guerra mundial, que teve o auge da maior pandemia em 100 anos, que teve eleições disputadas, manifestações, acidentes terríveis e quarentenas. Relembre agora alguns dos fatos mais marcantes que o mundo viveu nos últimos 12 meses
Hossein Mersadi/Fars news agency/WANA (West Asia News Agency) via REUTERS - 05/01/2020
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O ano mal havia começado quando um ataque aéreo dos EUA matou o general Qasem Soleimani, líder da Guarda Revolucionária do Irã, que estava no Iraque, em 2 de janeiro. Dias depois, os iranianos retaliaram, bombardeando duas bases militares norte-americanas, ambas em território iraquiano. Com Teerã sob alerta, um erro humano custou outras 176 vidas, quando um míssil da defesa antiaérea do país atingiu um avião que ia do Irã para a Ucrânia, matando todos a bordo
Reuters / 29.1.2020
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A partir de fevereiro, o novo coronavírus deixou de ser uma ameaça apenas à China, onde foi primeiro identificado, e se espalhou por todo o mundo. A Itália e a Espanha sofreram o primeiro grande golpe, com milhares de mortes na onda inicial. Em março, os EUA se tornaram o país mais atingido e são, desde então, o principal epicentro da pandemia. Até o fim do ano, mais de 81 milhões de pessoas já tinham contraído o vírus, com 1,77 milhão de mortos
Piyal Adhikary / EFE - EPA - 11.11.2020
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Por todo o planeta, grandes cidades foram fortemente impactadas e algumas sofreram com estritas políticas de quarentena e isolamento social. Nova York, Paris, Madri e Roma, que têm alguns dos pontos turísticos mais visitados do mundo, de uma hora para outra ficaram completamente esvaziadas. Com um relativo controle dos casos, muitas abandonaram as restrições na metade do ano, mas voltaram a ser atingidas pela segunda onda da doença, já nos últimos meses do ano
Justin Lane/ EFE-EPA - 25.3.2020
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No dia 4 de agosto, Beirute, a capital do Líbano, foi sacudida por uma imensa explosão. Após um princípio de incêndio em um armazém na região portuária da cidade, uma carga de 2,75 mil toneladas de nitrato de amônio entrou em combustão, arrasando o porto, deixando 204 mortos e mais de 7 mil feridos, . Após o acidente, o primeiro-ministro Hassan Diab e vários ministros do seu gabinete renunciaram. A substância explosiva estava armazenada no porto desde 2013
Nabil Mounzer/EFE/EPA - 05.08.2020
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Tensões entre China e Índia na região conhecida como Linha de Controle Real, próximo à cordilheira do Himalaia, duram décadas, mas se intensificaram este ano. Os indianos acusam os chineses de invasões e a seu território. Em meados de junho, soldados de ambos os países se enfrentaram em combate físico, e pelo menos 20 indianos foram mortos. Desde então, houve um acordo para retirada de tropas, mas ambos os lados voltaram a se acusar de agressão em setembro
Danish Ismail/Reuters - 18.6.2020
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Localizado em território do Azerbaijão, mas com uma população majoritariamente armênia, o enclave separatista de Nagorno-Karabakh se tornou palco de um dos principais conflitos de 2020. No fim de setembro, tropas azeris atacaram, bombardeando vilas leais à Armênia. Um cessar-fogo foi assinado entre os dois países em meados de outubro, mas rompido em seguida. Com influência da Rússia, armênios e azeris assinaram um acordo em novembro, concedendo alguns distritos ao Azerbaijão, o que resultou em protestos na Armênia
REUTERS/Stringer - 20.10.2020
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Após 13 anos de mistério, o caso da menina britânica Madeleine McCann, que desapareceu em 2007 quando estava com a família em um resort em Portugal, pareceu mais próximo de uma solução em 2020. A justiça alemã apontou um homem de 43 anos, apontado como pedófilo e preso por outros crimes, como o principal suspeito pelo crime e afirmou que a menina estaria morta. O suspeito estava em Algarve, próximo à Praia da Luz, na mesma época que a família McCann
EFE/EPA/Polícia Metropolitana de Londres Handout
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Desde o início de agosto, Belarus vem sendo local de protestos, prisões arbitrárias e mortes desde que a oposição se recusou a reconhecer a vitória do presidente Alexander Lukashenko para o que seria seu sexto mandato consecutivo desde 1994. Acusando o governante de fraude, milhares de bielorrussos têm se manifestado contra o resultado e a repressão policial ordenada pelo mandatário, que prometeu deixar o cargo após a aprovação de uma nova Constituição
EFE/EPA/STR - 01.11.2020
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A França foi sacudida por uma onda de ataques terroristas em outubro. No dia 16, um jovem de origem chechena degolou um professor que havia mostrado caricaturas de Maomé em sala de aula em Conflans-Sainte-Honorine, a 30km de Paris. Menos de duas semanas depois, três pessoas foram mortas por um tunisiano na basílica de Nice. Uma das vítimas foi a brasileira Simone Barreto Silva. Por esses e outros ataques, o governo francês chegou a fechar mesquitas, causando protestos em países muçulmanos contra o presidente Emmanuel Macron
Eric Gaillard/Reuters - 29.10.2020
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Em 20 de agosto, o político russo Alxei Navalny, um dos principais críticos do presidente Vladimir Putin, se sentiu mal em um voo Sibéria para Moscou. O avião pousou na cidade de Omsk e ele foi socorrido, colocado em coma induzido e depois levado para a Alemanha, onde conseguiu se recuperar. Exames constataram que ele foi envenenado com uma neurotoxina do tipo Novichok, a mesma usada em um atentado contra o ex-espião Sergei Skripal, outro desafeto de Putin, em 2018
Evgenia Novozhenina/Reuters - 23.8.2019
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Outro país a explodir em protestos com violenta repressão policial foi a Nigéria. Em outubro, manifestações contra a violência de um esquadrão policial de elite tomaram conta do país. No dia 22, policiais e soldados abriram fogo contra um protesto pacífico em uma praça de pedágio em Lagos, maior cidade do país, matando pelo menos 12 manifestantes. O presidente Muhammadu Buhari aceitou dissolver o esquadrão conhecido como SARS, mas as pessoas pedem que eles responsam na Justiça por seus crimes
Reprodução / Twitter
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A polarização política nos EUA se ampliou com a eleição presidencial de 2020. Na votação, realizada em 3 de novembro, o democrata Joe Biden derrotou o atual presidente, o republicano Donald Trump, e será o próximo governante a partir de janeiro. Biden venceu em 27 Estados, o que lhe deu 306 votos no Colégio Eleitoral, e Trump se recusou a reconhecer o resultado por conta do alto número de votos antecipados pelo correio, estratégia usada pelos eleitores democratas por conta da pandemia
Fotos: Reuters
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Ao contrário de anos anteriores, quando participou ativamente do cenário internacional, ora fazendo ameaças, ora ensaiando acordos de paz, o líder da Coreia do Norte foi destaque em 2020 por sua ausência. Kim Jong-un quase não foi visto em público durante meses e a imprensa norte-americana chegou a publicar rumores de que ele teria passado por uma cirurgia de emergência e estaria com graves problemas de saúde. Sua irmã chegou a ser apontada como sucessora, mas depois ele reapareceu, colocando fim nos rumores, por enquanto
EFE