Irã diz que não vai compartilhar evidências de derrubada de avião
O Irão explicou que explicou que o grupo de especialistas ucranianos havia deixado o país e isso colocou fim na colaboração mútua
Internacional|Da EFE
O Irã anunciou nesta segunda-feira (3) que não compartilhará mais provas com a equipe da Ucrânia que investigava a derrubada de um avião no mês passado, em que 176 pessoas morreram.
O diretor geral do departamento da investigação de acidentes da Organização da Aviação Civil do Irã, Hasan Rezaifar, explicou que o grupo de especialistas ucranianos havia deixado o país. "Essa medida dos ucranianos provocou que não enviemos nenhum outro documento", disse Rezaifar, garantindo se tratar de decisão de caráter imediato.
O fim da colaboração foi motivado pela publicação de uma gravação de conversa do piloto da aeronave com os controladores aéreos iranianos, no momento da derrubada.
No diálogo, em que o piloto avisa acreditar que um míssil atingiu o avião, desmonta a versão do Irã de que, a princípio, a Organização de Aviação Civil não sabia que o aparelho da companhia aérea Ukraine International tivesse sido derrubado.
Mais cedo, o presidente da Ucrânia, Vladimir Zelenski, denunciou que o governo iraniano sabia desde o primeiro momento o que havia provocado a queda. "Sabiam a partir do momento em que o avião foi derrubado", garantiu.
"É uma gravação da torre de controle de Teerã, com um avião iraniano que se preparava para aterrissar. O piloto viu tudo e disse isso à torre de controle. Ele disse 'parece que lançaram um míssil', em farsi e inglês", completou.
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Rezaifar criticou o vazamento do áudio, que considerou um ato incomum, já que se tratava de um arquivo confidencial, assegurando que se parte do grupo de documentos que havia sido entregue aos especialistas ucranianos.
Investigadores canadenses e franceses também iriam para o Irã, mas, segundo Rezaifar, os grupos não chegaram ao país até o momento.
Depois do incidente envolvendo o voo PS752, que ia de Teerã para Kiev, as autoridades iranianas negaram que se tratasse de uma derrubada, mas três dias depois reconheceram que as Forças Armadas erraram e abateram o avião, ao confundi-lo com um míssil.