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Irã e potências ocidentais divergem sobre reator nuclear que poderia gerar plutônio

Internacional|Do R7

Por Fredrik Dahl e Parisa Hafezi

VIENA, 19 Mar (Reuters) - O Irã e seis potências ocidentais bateram de frente nesta quarta-feira a respeito do futuro de um reator nuclear ainda em planejamento que poderia gerar plutônio para bombas, mas Catherine Ashton, chefe da diplomacia da União Europeia, descreveu as conversas como "substanciais e úteis", e as partes voltarão a se encontrar em Abril.

A reunião em Viena foi a segunda de uma série que as seis nações -EUA, China, Rússia, Alemanha, França e Grã-Bretanha- esperam produzir um acordo verificável sobre a amplitude do programa nuclear do Irã, para garantir que tenha somente fins pacíficos e dissipar o risco de uma nova guerra no Oriente Médio.

Nesta semana os dois lados tentaram aparar as arestas de dois dos temas mais espinhosos: o nível de enriquecimento de urânio levado a cabo no Irã e seu reator de água pesada em Arak, que o Ocidente vê como possível fonte de plutônio para bombas.


Aparentemente não houve acordo, e as duas partes disseram que voltarão a se falar entre 7 e 9 de abril, também na capital austríaca. Entretanto, o ministro das Relações Exteriores de Teerã expressou otimismo com a possibilidade de um acordo final até a data limite de 20 de julho.

O objetivo mais amplo é transcender a desconfiança mútua enraizada e dar ao Ocidente a confiança de que o Irã não será capaz de produzir bombas atômicas, e a Teerã a suspensão completa das sanções econômicas que prejudicaram a economia do país membro da Organização de Países Produtores de Petróleo (Opep).


O Irã nega que seu programa de energia nuclear civil é uma fachada para o desenvolvimento dos meios para fabricar armas nucleares, mas suas restrições a inspeções da ONU e a inteligência ocidental a respeito de pesquisas relacionadas à bomba despertaram preocupações.

"Tivemos conversas substanciais e úteis, cobrindo uma série de temas, entre eles o enriquecimento, o reator de Arak, a cooperação nuclear civil e as sanções", disse Ashton aos repórteres após a sessão de dois dias.


Os Estados Unidos pediram ao Irã que elimine ou altere radicalmente seu reator ainda em fabricação, mas Teerã rejeitou a ideia até agora, embora insinuando que pode modificar a usina.

Um diplomata ocidental alertou que o propósito da atual rodada de negociação não é acertar um acordo definitivo.

"O objetivo destas sessões não é resolver quaisquer tópicos a esta altura, mas conversar em meio às diferenças e trabalhar para reduzi-las", declarou o diplomata, falando sob condição de anonimato, à Reuters.

As nações ocidentais querem que o reator de Arak seja modificado o suficiente para terem certeza de que não apresenta ameaça de proliferação de bombas. O Irã insiste que o complexo no deserto esteja livre para operar sob qualquer acordo, já que seria usado somente para produzir radioisótopos para tratamentos médicos.

O Irã e as potências almejam finalizar o acordo permanente até o final de julho, quando vence o acordo interino inédito assinado em 24 de novembro, que então precisaria ser ampliado, complicando a diplomacia.

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