Irã fala em 'insegurança nos mares' após apreensão de petroleiro
Presidente iraniano classificou captura de navio por Reino Unido como 'movimento estúpido e errático' provavelmente ordenado pelos EUA
Internacional|Da EFE
O presidente do Irã, Hassan Rohani, afirmou nesta quarta-feira (10) que o Reino Unido criou "insegurança nos mares" com a detenção de um petroleiro iraniano em Gibraltar, uma ação que — segundo antecipou — terá "consequências".
"Os britânicos são os iniciadores da insegurança nos mares e esperamos que não a repitam (a apreensão do petroleiro da semana passada), porque propagarão a insegurança no mundo todo", advertiu Rohani.
O presidente iraniano também aleterou que os britânicos "compreenderão as consequências (desta ação) mais adiante", segundo um comunicado da presidência do Irã.
Rohani classificou a apreensão do petroleiro como "um movimento estúpido e errático" provavelmente ordenado pelos Estados Unidos e seus aliados.
"Os britânicos se apoderaram injustificadamente do petroleiro nas águas territoriais da Espanha", disse o presidente iraniano, que criticou ainda o fato de o Reino Unido "ocupar" Gibraltar.
Sobre a posição da Espanha neste assunto, o Ministério das Relações Exteriores do Irã avaliou positivamente o fato de o governo espanhol ter se queixado pela violação britânica da sua soberania.
O superpetroleiro Grace 1 foi interceptado na semana passada pela Marinha Real britânica no estreito de Gibraltar após um pedido dos EUA por, supostamente, ter violado as sanções da União Europeia (UE) contra o país árabe.
As autoridades de Gibraltar acreditavam que a embarcação levava petróleo à refinaria de Banyas, na Síria, propriedade de uma entidade submissa a sanções da UE, mas o Irã nega que o país árabe fosse seu destino.
O chefe do Estado-Maior das Forças Armadas iranianas, Mohamad Baqerí, assegurou ontem que esta detenção "não ficará sem resposta" da República Islâmica ao Reino Unido.